Em declaração conjunta, José Monteiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros de Passageiros (ANTRAL), e Carlos Lima, da Federação de Táxis do Porto, comunicaram aos manifestantes as últimas indicações vindas da capital.
“Não tenho nada de bom para vos anunciar. Terminou há pouco tempo a reunião entre os representantes do setor e um assessor do primeiro-ministro. Foi uma reunião cheia de coisa nenhuma. Criou alguma desilusão aos representantes associativos que lá estiveram. Neste contexto, a luta é para continuar”, anunciou José Monteiro.
Acrescentou que é “urgente e prioritário” manter a calma e pediu aos profissionais para “não ceder a provocações e tentações que possam ciar mal à sociedade em geral”, indicando que, por vezes, “as lutas vencem-se pela persistência”.
“Já cá estamos há seis dias e, eventualmente, estaremos cá mais alguns dias. (…) Até que as iniciativas parlamentares cheguem às suas conclusões, nomeadamente a do PCP. Os diretores estão cá para executar o que a classe decidir. Nessa perspetiva, pedimos calma para dar tempo ao diálogo, porque o diálogo ainda não está esgotado”, referiu o dirigente, adiantando haver a possibilidade de os manifestantes se juntarem aos protestos em Lisboa.
Ainda antes de terminar, José Monteiro deixou ainda um pedido para que os taxistas convoquem “os companheiros que ainda estão a operar e estão esquecidos da luta”, aproveitando para deixar um recado.
“Esta luta é de todos para todos. E uns não podem sugar o trabalho dos outros. Enquanto estamos aqui a lutar pelos direitos do setor, uns não podem ser oportunistas e estar a sugar o trabalho dos outros”, atirou José Monteiro que garantiu que os taxistas irão permanecer esta noite na avenida dos Aliados.
Os representantes do setor do táxi reuniram-se hoje à tarde com um assessor de António Costa para a área económica.
No âmbito da deslocação dos Restauradores até à Praça do Comércio estava prevista uma vigília em frente ao gabinete do primeiro-ministro, mas os taxistas decidiram regressar à Praça dos Restauradores.
De acordo com o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, o que está em causa é uma "pequena alteração" na lei para que sejam as câmaras municipais a ter a capacidade e competências para determinar contingentes no atual funcionamento das plataformas eletrónicas de transporte de passageiros.
As associações de taxistas foram recebidas no sábado pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República e decidiram manter o protesto, até serem recebidos pelo primeiro-ministro.
Depois do encontro, a delegação de representantes dos taxistas, encabeçada pelos presidentes da ANTRAL, Florêncio de Almeida, e da Federação Nacional do Táxi, Carlos Ramos, entregou uma carta no gabinete do primeiro-ministro no Terreiro do Paço, em Lisboa, a pedir uma intervenção com urgência para resolver as suas reivindicações.
Os taxistas continuam hoje, pelo sexto dia, com concentrações em Lisboa, Porto e Faro contra a entrada em vigor, em 01 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte em veículos descaracterizados que operam em Portugal – Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.
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