“Uma vez que uma grande parte do trabalho do INEM é com recurso a horas extraordinárias, prevemos que vai causar um grande transtorno ao serviço e que vai agravar os já habituais atrasos ao nível dos cuidados de emergência médica, do atendimento das chamadas 112 e do envio de ambulâncias para as ocorrências”, adiantou à Lusa o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH).

A paralisação vai decorrer por tempo indeterminado e, tendo em conta que é apenas às horas extraordinárias, não há lugar a serviços mínimos, mas os técnicos garantirão a operacionalidade dos meios do INEM em caso de catástrofe ou numa situação excecional, assegurou Rui Lázaro.

Segundo disse o responsável, estes profissionais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) pretendem a revisão da carreira, de acordo com o compromisso do Ministério da Saúde assumido no final de 2022 e que levou ao levantamento da greve que decorreu na altura.

“Em novembro foi revisto o índice remuneratório e, como demonstração de boa-fé, acabámos por suspender a greve, com o compromisso de que a nossa carreira seria das primeiras a ser revista no início de 2023. Aproximando-se o final da primeira metade do ano, é necessário iniciar o processo de revisão, sob pena de não conseguirmos levá-lo a bom porto até final de 2023”, adiantou o dirigente sindical.

Com esta paralisação às horas extraordinárias e que se inicia às 00:00 de hoje, os TEPH pretendem ainda que “tutela force o INEM a tomar decisões”, disse Rui Lázaro, alegando que o instituto está a “desrespeitar os direitos laborais mais básicos, subtraindo horas mensalmente a todos os técnicos”.

“Apesar de termos anunciado esta greve com quase um mês de antecedência, [a administração do INEM] nem sequer nos chamou para negociar as condições que poderiam levar ao seu levantamento”, lamentou ainda o presidente do STEPH.