"Mariupol. Bombardeamento direto das tropas russas sobre uma maternidade. Pessoas e crianças estão sob os destroços. Atrocidade! Quanto mais tempo o mundo vai ser cúmplice a ignorar o terror? Fechem os céus agora! Parém as matanças! Vocês têm o poder mas parecem estar a perder a humanidade", acusou Zelensky.
As autoridades locais disseram que estão a tentar determinar quantas pessoas tinham sido mortas ou feridas neste ataque. O governador da região de Donestk, Pavlo Kyrylenko, contudo, adiantou que 17 pessoas ficaram feridas por este ataque aéreo.
Kyrylenko voltou a acusar a Rússia de estar a fazer ataques a civis durante uma fase de cessar fogo para permitir a evacuação da cidade.
A partilha do presidente ucraniano é mais um apelo para que os parceiros ocidentais encerrem o espaço aéreo sobre a Ucrânia, medida rejeitada por temores de espoletar uma guerra aberta com a Rússia.
A Câmara Municipal de Mariupol, cidade portuária Ucrânia sitiada pelas tropas russas há vários dias, comunicou através das redes sociais que os danos foram "colossais".
As autoridades anunciaram um novo cessar-fogo para hoje de manhã para permitir que milhares de civis abandonem a capital, Kiev, cidades do sul como Mariupol, Enerhodar e Volnovakha, Izyum no leste e Sumy no nordeste.
Tentativas anteriores de estabelecer corredores humanitários seguros falharam, com as partes no conflito a acusarem-se mutuamente de não respeitar as regras.
Entretanto, Zelensky pediu aos países ocidentais que tomem uma decisão "rápida" sobre a proposta polaca de enviar caças MiG-29 para ajudar o país a enfrentar a invasão russa.
"Tomem uma decisão o mais rápido possível, enviem os vossos aviões", pediu o presidente num vídeo publicado na aplicação Telegram.
A Polónia propôs esta terça-feira entregar aos Estados Unidos os seus aviões de combate para que o país os envie à Ucrânia, mas Washington considerou a proposta "inviável".
John Kirby, porta-voz do Pentágono, afirmou em comunicado que ajudar militarmente a Ucrânia contra o ataque da Rússia "representa importantes preocupações para a NATO no seu conjunto".
A Rússia advertiu que a proposta da Polónia criaria um "cenário potencialmente perigoso".
"Agradecemos a Polónia" afirmou Zelensky nesta quarta-feira, antes de lamentar que nenhuma decisão a respeito tenha sido tomada, no 14º dia da ofensiva russa.
"As propostas polacas não estão a ser apoiadas", lamentou. "Quando haverá uma decisão?", perguntou o presidente ucraniano.
Apenas alguns países do leste da Europa, ex-membros do Pacto de Varsóvia, possuem oficialmente MiG-29 soviéticos, cujas características correspondem às necessidades ucranianas para enfrentar os ataques da Rússia. Alguns Estados-membros da União Europeia, entre eles a Polónia, estão dispostos a oferecer aviões de combate às forças armadas ucranianas, segundo Bruxelas.
Contudo, a maior economia do bloco europeu, a Alemanha, confirmou que não enviará aviões de combate à Ucrânia.
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