“O Brasil atravessa um momento de transformações decisivas. Com reformas estruturais, estamos a superar uma crise económica sem precedentes. Estamos a resgatar o equilíbrio fiscal. E, com ele, a credibilidade da economia”, disse Michel Temer.
“Aprendemos e estamos a aplicar, na prática, esta regra elementar: sem responsabilidade fiscal, a responsabilidade social não passa de discurso vazio. O novo Brasil que está surgindo das reformas é um país mais aberto ao mundo”, completou o chefe de Estado brasileiro.
Ignorando o contexto interno brasileiro, como os escândalos de corrupção que o envolvem e a outros membros do Governo, Michel Temer também defendeu no seu discurso ações de diplomacia e a necessidade de reformas nesta organização multilateral.
“Neste momento da história, de tão marcados traços de incerteza e instabilidade, necessitamos de mais diplomacia e negociação – nunca menos. De mais multilateralismo e diálogo – nunca menos. Certamente necessitamos de mais ONU – e de uma ONU que tenha cada vez mais legitimidade e eficácia”, afirmou.
O Presidente disse que “é imperativo” reformar as Nações Unidas, citando diretamente a necessidade de ampliar o Conselho de Segurança, reiterando as intenções do Governo brasileiro que quer um assento permanente neste órgão da ONU.
Outro tema mencionado pelo chefe de Estado brasileiro foi a defesa do desenvolvimento sustentável, tema eleito na agenda 2030 da ONU.
“O compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável é de primeira hora (…) Na presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) elegemos a Agenda 2030 como eixo das nossas atividades. Em todas as frentes, o Brasil procura dar a sua contribuição para os objetivos do desenvolvimento sustentável”, referiu.
Para exemplificar as ações do Brasil em prol do desenvolvimento sustentável, Michel Temer citou que o país ratificou o Acordo de Paris, comprometendo-se a diminuir emissões de gases com efeito de estufa, e mencionou dados preliminares que indicaram que no ano passado houve uma diminuição de mais de 20% do desmatamento na Amazónia brasileira.
Temer também aproveitou o seu discurso para condenar o Governo da Coreia do Norte, classificando os recentes testes nucleares e na Península Coreana de “grave ameaça”.
“O Brasil condena, com toda a veemência, esses atos. É urgente definir encaminhamento pacífico para situação cujas consequências são imponderáveis”, acrescentou.
Sobre a Venezuela, país vizinho do Brasil que está mergulhado numa crise política e económica sem precedentes, Michel Temer afirmou que “a situação dos direitos humanos continua lamentavelmente a deteriorar-se”.
“Estamos ao lado do povo venezuelano, a quem nos ligam vínculos fraternais. Na América do Sul, já não há mais espaço para alternativas à democracia. É o que afirmamos no Mercosul [bloco comercial formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai], é o que continuaremos a defender”, concluiu o chefe de Estado brasileiro.
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