“Nunca senti tanta felicidade a participar numa marcha como hoje, uma verdadeira marcha do amor (…) e agora temos de tornar efetivas as leis, porque temos leis fabulosas e temos realidades duras”, anunciou ao microfone Rosa Monteiro.

A secretária de Estado falava para cerca de 1.000 cidadãos que se encontravam na Praça da República, vulgo Rossio, em Viseu, e que tinham percorrido várias artérias da cidade na caminhada: “Já marchavas – primeira marcha pelos direitos LGBTI+ de Viseu”.

“Falta uma transformação social que não se faz por decreto, nem se faz de um dia para o outro, mas que se faz com um movimento coletivo empenhado com todos os agentes (…) onde todos e todas temos de contribuir para a efetivação daquilo que são direitos e garantias e que não estão ainda assegurados para estas pessoas LGBTI” (Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo)”, explicou à agência Lusa Rosa Monteiro.

Segundo a governante, “e tendo em conta os dados” que possui, “na educação, no trabalho, as pessoas ainda sofrem um conjunto de dificuldades, de discriminação, de intolerância devido à sua orientação sexual, à sua identidade e expressão do género e às suas características sexuais”.

Num percurso de, sensivelmente, um quilómetro, os vários movimentos da cidade com o apoio de associações de Bragança, Vila Real, Coimbra e Porto, que participou com um autocarro cheio, percorreram algumas artérias a gritarem pelos direitos de todos os cidadãos.

“Eu amo quem quiser, tenha o género que tiver” e “queremos educar os nossos filhos com amor” foi o que mais se ouviu e “nem mais, nem menos, direitos iguais” e “a cura do preconceito é mais educação, amor e cultura” eram algumas das frases que os participantes exibiam ao longo do percurso que decorreu de forma pacífica.

Recorde-se que, em março de 2005, associações de defesa dos direitos dos homossexuais denunciaram a existência, em Viseu, de um “gangue” organizado de 30 pessoas que atacava sistematicamente aquela comunidade.

Dois meses depois, realizou-se na cidade a manifestação “Stop Homofobia”, que foi marcada por agressões verbais aos presentes.

Muitos deslocaram-se ao Rossio apenas para assistir à iniciativa, colocando-se nas extremidades daquela praça, e manifestaram o seu descontentamento com frases como “isto é uma vergonha”, “havia de ser no tempo de Salazar...”.

Hoje, a organização estava “feliz” por a iniciativa ter corrido bem e a secretária de Estado falava em “marcha que ficará para a história” na cidade de Viseu, até porque, “não há bem mais precioso que esta garantia do direito de ser” e “é a primeira marcha num território onde nunca existiu ativismo LGBTI”, com exceção do movimento de 2005.

“Nesse contexto e tendo em conta as manifestações, aquando da divulgação, contrárias à marcha, que foram pontuais, é uma marcha emblemática, é no interior do país, e eu como viseense e como responsável política na área da Cidadania e Igualdade estou muito feliz pela adesão massiva e isso é um sinal muito positivo de que estamos a remar no sentido certo”, concluiu Rosa Monteiro.

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