"Toda a área do concelho já tem eletricidade. Também foi reposto o fornecimento de água a cem por cento. Depois de uns dias complicados, Mira regressa aos poucos à normalidade, ao ponto de irmos desativar o Plano Municipal de Emergência", disse à agência Lusa Raul Almeida.

O autarca disse ainda que o problema das comunicações também está praticamente ultrapassado. "Já temos comunicações móveis e fixas em todo o concelho, e a internet e a televisão por cabo estão de novo operacionais na maioria dos lares", refere.

Raul Almeida agradece o esforço dos serviços municipais da Proteção Civil, dos Bombeiros locais, trabalhadores da autarquia e das empresas de fornecimento de eletricidade (EDP) e comunicações (Altice), que "trabalharam noite e dia para repor a normalidade".

Enaltece ainda "resiliência" da população do concelho, "que no espaço de um ano teve que lidar com duas catástrofes naturais" [incêndios e tempestade]. "Apesar dos problemas, os habitantes de Mira mostraram sempre uma enorme capacidade de resistir à fúria dos elementos e deram um exemplo de coragem e persistência", referiu.

Numa primeira estimativa, enviada hoje à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, a Câmara de Mira fixou em 150 mil euros o montante dos estragos causados pela tempestade.

Quedas de árvores, destruição de sinalética, danos em habitações, muros, estufas e máquinas foram os principais danos registados. Como frisa Raul Almeida, não há registo de vítimas.

A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.

A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiveram de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.

O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu os 176 quilómetros por hora no sábado à noite, valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.