Licenciada em Economia pelo Instituto Superior de Economia (atual ISEG), foi técnica do Banco de Portugal (BdP), no departamento de Estatística e Estudos Económicos, entre 1973 e 1992, tendo chefiado este departamento entre 1985 e 1990.

No BdP foi também consultora da administração em 1991 e 1992.

Posteriormente, a economista exerceu as funções de consultora da administração do Banco Português de Investimento entre 1992 e 2008, ano em que se tornou membro do Conselho de Administração do BdP, até 2012.

Teodora Cardoso assumiu a liderança do Conselho das Finanças Públicas (CFP), em 16 de fevereiro de 2012, afirmando que iria trabalhar com “a maior isenção” para que a política orçamental respeitasse uma “trajetória de sustentabilidade”.

Porém, logo no primeiro relatório apresentado ao parlamento, ainda no Governo de Passos Coelho, os deputados da oposição não pouparam nas críticas ao CFP, órgão cuja fundação fazia parte do memorando de entendimento entre Portugal e a 'troika'.

Em 2015 integrou o Conselho Consultivo do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.

Quando abandonou a liderança do CFP, o parlamento aprovou, por maioria, um voto de louvor à economista pelo seu contributo para a transparência no acompanhamento do processo orçamental.

O BE, PCP, PEV e o deputado do PS Ascenso Simões votaram contra, enquanto as bancadas do PSD, PS, CDS e PAN votaram a favor.

Em 2019, Teodora Cardoso afirmou que os sete anos que passou na instituição foram “difíceis como devem ser” e indicou que o trabalho tem de continuar porque ainda há muito por fazer nesta área em Portugal.

Questionada, na altura, sobre se deixava algum conselho para a sua sucessora, Teodora Cardoso referiu que “cada pessoa tem a sua personalidade” e que é preciso manter a equipa a funcionar.

“Dar muitas entrevistas não é boa ideia porque senão tornamo-nos um fenómeno mediático e não é isso que o Conselho deve ser. Boas relações com os deputados dependem mais dos deputados do que de nós. Cada pessoa tem a sua personalidade”, disse a economista.

Recebeu o Grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique em 2005 e em 2019.

CFP destaca contributo para independência da instituição

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) lamentou a morte da economista e sua primeira presidente Teodora Cardoso, falecida hoje aos 81 anos em Lisboa, destacando o seu contributo em prol da independência da instituição.

Numa nota de condolências, publicada na sua página na Internet, a organização "manifesta o seu mais profundo pesar" pela morte de Teodora Cardoso, a "sua primeira distinta presidente" entre 2012 e 2019.

Lembra que a economista esteve na "génese do CFP ao integrar, em 2011, o grupo de trabalho criado para elaborar os estatutos desta instituição", que nasceu na sequência do programa de ajustamento financeiro de Portugal (2011-2014).

"Teodora Cardoso desempenhou ao longo da sua vida profissional um papel determinante no estudo, acompanhamento e defesa da economia portuguesa no trabalho desenvolvido na Fundação Calouste Gulbenkian, no Banco de Portugal e no Conselho das Finanças Públicas (CFP), bem como em inúmeras intervenções públicas", assinala a nota.

"Por todo o trabalho que desenvolveu ao longo da sua vida, o CFP manifesta o seu apreço e gratidão prestando homenagem à mulher e economista que muito marcou e contribuiu para afirmar a independência desta instituição", acrescenta a nota.

Teodora Cardoso morreu hoje em Lisboa aos 81 anos, disse à Lusa fonte do Banco de Portugal.

Nascida em Estremoz, licenciada em Economia pelo Instituto Superior de Economia, Teodora Cardoso desenvolveu grande parte da sua carreira no Banco de Portugal, encontrando-se reformada atualmente.