De acordo com o Boletim sobre a Utilização das Infraestruturas de Gás relativo ao segundo trimestre de 2023, publicado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), além do GNL carregado no Terminal de GNL, as cisternas poderão ainda ser abastecidas por gases de origem renovável liquefeitos e injetados nas unidades autónomas de gás (UAG).

O Terminal de GNL, em Sines, recebe navios metaneiros, armazena o GNL, regaseifica e emite gás para a Rede Nacional de Transporte de Gás (RNTG), além de carregar cisternas através das três baías de enchimento, com a capacidade para encher 36 cisternas de GNL por dia (13.140 cisternas/ano).

As cisternas são transportadas por camião e/ou por comboio até às UAG, situadas em zonas do país onde não chegam as redes interligadas de gás, que, por sua vez, estão ligadas aos consumidores finais, que podem ser clientes domésticos ou industriais.

O consumo acumulado de gás em Portugal, até ao final de junho de 2023, foi de 24,6 Terawatts-hora (TWh), menos 21,1% do que no mesmo período do ano anterior.

A diminuição do consumo de gás foi particularmente visível nas centrais a gás para a produção de energia elétrica, cujo consumo foi cerca de 7,9 TWh até ao final do segundo trimestre de 2023, correspondendo a uma diminuição de 41,9% face ao mesmo período de 2022.

“A redução do consumo das centrais a gás está associada à elevada produção de energia elétrica de origem renovável (eólica, solar e hídrica)”, apontou o regulador da energia, realçando que, no final do segundo trimestre de 2023, a produção de energia renovável abasteceu cerca de 61% do consumo nacional de eletricidade.

Segundo a ERSE, o ‘stock’ de gás armazenado em cavernas, situadas na região de Leiria, em 30 de junho, foi de 93% da capacidade comercial firme disponível, o que equivale a 25 dias de consumo médio nacional

O plano REPowerEU – aprovado pela Comissão Europeia para acabar com a dependência de combustíveis fósseis russos antes de 2030 em resposta à invasão da Ucrânia – estabelece como meta que cada país deverá ter, no mínimo, 90% de reservas de gás em instalações subterrâneas a 01 de novembro de 2023 e nos anos seguintes.

A nível europeu, o valor do gás armazenado em cavernas atingiu 77%, em 30 de junho de 2023.