"O número oficial de mortos sobe para 233. O Barrio Tarqui de Manta foi muito afetado. Pedernales destruído. O Vice- presidente dirige-se a Portoviejo", escreveu o presidente Correa na sua conta no Twitter.

O terramoto de 7,8 graus - o mais forte desde 1979 - teve uma duração de aproximadamente um minuto e afetou seis províncias da costa equatoriana, de norte a sul. Em Portoviejo (oeste), uma das cidades mais afetadas, o cenário era desolador: casas destruídas, um mercado desabado, postes de luz caídos nas ruas e escombros espalhados pelo asfalto, onde muitos decidiram passar a noite, ainda abalados pelo forte tremor. "Foi horrível, é a primeira vez que sinto um terramoto como este, acho que durou um minuto e meio. Parecia que a casa ia cair. Estou espantada, não imaginava que a cidade ficasse assim", declarou Bibi Macontos, de 57 anos.

Carlota López, de Guayaquil, estava num carro quando começou a sentir o forte tremor. "Os cabos de luz balançavam muito e tive medo que caíssem no carro. Logo a seguir acabou-se a luz na cidade", relatou à AFP por telefone. "O carro balançava como se houvesse pessoas do lado de fora a empurrá-lo com muita força", contou.

Com epicentro na província de Manabí (oeste, a 300 km de Quito) este é o terramoto mais forte desde 1979. O sismo ocorreu às 19H00 de sábado (1H00 da madrugada de domingo em Portugal) e teve uma duração de aproximadamente um minuto. Foi também sentido no sul da Colômbia e no Peru, onde até ao momento não foram registadas vítimas fatais. "Estamos a enfrentar uma tragédia de magnitude", disse o presidente Rafael Correa, que se encontra no Vaticano a participar num fórum sobre desigualdade.Na sua oração de Regina Coeli deste domingo, o papa orou pelos equatorianos. "Um violento terramoto atingiu o Equador, causando numerosas vítimas e graves danos. Roguemos pela sua população. Que a ajuda de Deus e dos seus irmãos lhes dê força e consolo", disse Francisco.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, expressou a solidariedade da UE e anunciou que o mecanismo de proteção civil para oferecer apoio foi ativado. "Os nossos pensamentos estão com as vítimas, os seus familiares e amigos e com todos aqueles que foram afetados", disse Mogherini em comunicado. O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, ofereceu neste domingo as suas condolências e manifestou a vontade de Washington de ajudar as autoridades equatorianas. O governo espanhol também lamentou a tragédia e transmitiu os "sentimentos de solidariedade" a todos os afetados.

Um terramoto que libertou 20 vezes mais energia que o do Japão

David Rothery, professor de ciências planetárias na Open University do Reino Unido, explicou que "o terramoto do Equador ocorreu em terra" e que a energia total libertada foi aproximadamente 20 vezes maior que a do terramoto do Japão na madrugada de sábado. "Não existe uma relação causal entre os terramotos do Equador e do Japão. Cerca de vinte terramotos de magnitude 7 ocorrem todos os anos no mundo", afirmou o especialista.

Até à manhã deste domingo foram contabilizadas 135 réplicas, segundo o Instituto Geofísico de Equador. O governo decretou "o estado de exceção para proteger a ordem pública" e descartou um alerta de tsunami, o mesmo tendo feito as autoridades colombianas.

Correa anunciou que o Equador receberá o apoio dea de resgate da Colômbia e do México. O presidente, de regresso ao Equador este domingo, garantiu que foram ativadas linhas de crédito de contingência "no valor de cerca de 600 milhões de dólares".