O ato ocorreu por volta das 08:00 (07:00 em Lisboa) de quarta-feira no posto administrativo de Bilibiza, no distrito Quissanga, quando os residentes de uma comunidade do interior se encontravam a trabalhar nos seus campos de produção agrícola.
“Aquilo foi horrível, os terroristas encontraram as pessoas a trabalhar e obrigaram-nas a ir com eles. Depois disso, em determinado ponto, mataram cinco pessoas, a tiro”, disse à Lusa um familiar de uma das vítimas.
Além dos cinco mortos, os rebeldes amputaram o braço de uma outra pessoa, que neste momento se encontra na sede distrital de Macomia, a 40 quilómetros de Bilibiza.
Entre os mortos, acrescentou uma outra fonte, está uma mulher que, por duas vezes, escapou aos grupos terroristas naquela região.
“Os terroristas viram a mulher e reconheceram-na. Disseram-lhe que era teimosa e depois mataram-na”, avançou uma outra fonte de Quissanga que se refugiu em Pemba, a capital provincial.
O novo ataque em Bilibiza acorre numa altura em que as populações se preparam para a colheita, levantando receios entre as comunidades que dependem maioritariamente da agricultura de subsistência.
“A comida está quase pronta, mas os terroristas estão a matar [em campos agrícolas]”, lamentou a fonte.
A província enfrenta desde outubro de 2017 uma insurgência armada com ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Depois de vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados, a província de Cabo Delgado registou, há alguns meses, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, que têm limitado a circulação para alguns pontos nas poucas estradas asfaltadas que dão acesso a vários distritos.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio primeiro do Ruanda, com mais de 2.000 militares, e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projetos de gás natural.
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