Theresa May vai à Câmara dos Comuns fazer uma declaração pelas 14:30 em que anunciará o seu Plano B, na sequência da rejeição do acordo na terça-feira, por 432 contra 202 votos.

“Agora que os deputados deixaram claro o que não querem, temos todos de trabalhar juntos construtivamente para definir o que o Parlamento quer”, disse May, na quarta-feira, após sobreviver a uma moção de censura.

Nos últimos dias reuniu-se com o líder dos Liberais Democratas, Vince Cable, e os líderes parlamentares dos partidos nacionalista escocês (SNP), Ian Blackford, e galês (Plaid Cymru), Liz Roberts, todos opositores do ‘Brexit’ e favoráveis a um segundo referendo.

Na quinta-feira, a única deputada dos Verdes, Caroline Lucas, disse ter repetido “insistentemente uma vez e outra vez para descartar o [‘Brexit’] ‘sem acordo'” por considerar que isso “distorce completamente as negociações, sabendo que o precipício está lá”.

Mas a recusa de May em fazê-lo, alegando ser uma “condição impossível”, impediu o encontro com o líder do partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, o principal partido da oposição.

“A primeira-ministra entrará em conversas fingidas para fazer passar o tempo e tentar chantagear os parlamentares para que votem no seu acordo mal-amanhado à segunda tentativa, ameaçando o país com o caos que a ausência de acordo vai trazer”, acusou Corbyn.

Outra das exigências dos partidos da oposição tem sido a extensão do período do artigo 50.º que, ao desencadear a saída do Reino Unido da UE, determinou um prazo de dois anos para as negociações, o qual acaba a 29 de março.

May argumenta que a alternativa para evitar a ausência de acordo está entre “revogar o artigo 50.º e reverter o resultado do referendo” de 2016 que ditou o ‘Brexit’, ou aprovar um acordo de saída.

A líder conservadora procurou também apoio no seu próprio partido, do qual 118 deputados votaram contra o acordo, divididos entre eurocéticos e pró-europeus, estes últimos dispostos a ceder em troca de uma saída da UE, mas com permanência numa união aduaneira.

Porém, também este cenário está afastado pela primeira-ministra porque impede a negociação de acordos comerciais com países terceiros.

Na noite de quinta-feira e na manhã de sexta-feira, May falou por telefone com líderes europeus, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e os líderes da UE Jean-Claude Juncker e Donald Tusk.

O resultado dos encontros conversas foi discutido na sexta-feira pelo Governo em Londres, mas Theresa May vai passar o fim de semana na residência de campo, o palácio de Chequers, a preparar a apresentação de segunda-feira.

A intervenção será acompanhada por uma moção para ser votada na semana seguinte, a 29 de janeiro, a qual os deputados poderão alterar, sugerindo diferentes alternativas para sair do impasse, incluindo um novo referendo.

Segundo a comunicação social britânica, uma proposta do conservador Nick Boles e da trabalhista Yvette Cooper – que forçaria o Governo a adiar o ‘Brexit’ se não for encontrado um consenso até março, tornando impossível a saída sem um acordo – poderá ter apoio interpartidário.

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