Com mais cinco ouros, três pratas e dois bronzes granjeados nas derradeiras 24 horas, a ‘Team USA’, dominadora nas últimas duas Olimpíadas e ainda sem qualquer dia na liderança do medalheiro em solo japonês, sobressaiu como o primeiro país a superar a centena de ‘metais’, contando 108, contra 38 ouros em 87 pódios da potência asiática.
Sinal desse poderio representaram as duas finais de estafetas de 4x400 metros, com os Estados Unidos a despontarem com a melhor marca dos últimos 28 anos na vertente feminina, de 3.16,85 minutos, acima da Polónia, segunda, e da Jamaica, terceira.
A ‘lendária’ Allyson Felix, de 35 anos, cumpriu o segundo percurso e despediu-se em beleza com uma 11.ª medalha olímpica, entre sete ouros, três pratas e um bronze.
Esse sétimo título seguido do quarteto feminino veio anteceder a ‘dobradinha’ dos compatriotas masculinos, que registaram o quarto melhor tempo de sempre na especialidade, de 2.55,70 minutos, mais rápido do que Países Baixos e Botswana.
A penúltima jornada do atletismo em Tóquio2020 foi também ‘coroada’ pela ‘inevitável’ holandesa Sifan Hassan, que, à sexta corrida no Estádio Olímpico, conseguiu amealhar o cetro dos 10.000 metros à medalha de ouro em 5.000 e ao bronze nos 1.500.
Mesmo tendo ficado incompleto o ‘sonho’ de um ‘triplete’ nas corridas de meio-fundo na pista, Hassan teve forças para acelerar na reta final diante de Kalkidan Gezahegne, do Bahrain, e da etíope Letesenbet Gidey, cruzando a meta em 29.55,32 minutos.
Em plena ascensão meteórica prossegue o norueguês Jakob Ingebrigtsen, de 20 anos, capaz de derrotar o queniano Timothy Cheruyot, campeão mundial, e de fixar um novo recorde olímpico e europeu, de 3:28.32 minutos, com o britânico Josh Kerr em terceiro.
Já a russa Mariya Lasitskene confirmou-se como grande dominadora da atualidade no salto em altura, sendo a única a transpor a fasquia a 2,04 metros, dois centímetros acima da australiana Nicola McDermott e mais quatro face à ucraniana Yaroslava Mahuchikh.
Neeraj Chopra deu um inédito ouro à Índia no dardo, ao lançar 87,58 metros ao segundo ensaio, sem nunca ter sido superado pelos checos Jakub Vadlejch e Vitezslav Vesely, numa prova em que o alemão Johannes Vetter, destacado líder da época, foi nono.
Em Sapporo, o Quénia salvou a sua honra na maratona feminina, desta feita através de Peres Jepchirchir, que gastou 2:27.20 horas para completar os 42,195 quilómetros, chegando mais cedo que a compatriota Brigid Kosgei e a norte-americana Molly Seidel.
Entre os 34 títulos atribuídos, o penúltimo dia de Tóquio2020 esteve repleto de decisões finais nos torneios masculinos das principais modalidades de pavilhão, a começar pelo 16.º título e o quarto consecutivo em 20 possíveis da ‘Team USA’ no basquetebol.
Embalados por Kevin Durant, que igualou os três ouros de Carmelo Anthony, os americanos derrotaram a França por 87-82, antes de a Austrália ‘selar’ o bronze.
No setor feminino, a França ganhou à Sérvia na corrida à medalha de bronze, por 91-76, contrariando o desfecho do Rio2016, a um dia da final entre Estados Unidos e Japão.
Os gauleses também inverteram a derrota consentida há cinco anos frente à bicampeã mundial Dinamarca no andebol masculino, ao ganharem por 25-23, celebrando o terceiro troféu nos últimos quatro ciclos olímpicos, num torneio em que a Espanha foi terceira.
O dia de ‘sonho’ de França ficou concluído com um inédito cetro no voleibol, ao bater o Comité Olímpico da Rússia por 3-2, horas depois de a Argentina ter assegurado o último lugar do pódio, do qual ficou arredado o Brasil pela primeira vez desde Sydney2000.
Os ‘canarinhos’ sorriram mais na revalidação do título no futebol masculino, graças ao triunfo sobre a Espanha por 2-1, após prolongamento, um dia após o bronze do México.
Os Estados Unidos também mostraram vigor no polo aquático feminino, ao juntarem ao ‘tricampeonato’ mundial o terceiro troféu olímpico seguido, com uma goleada à Espanha por 14-5, a maior diferença de sempre numa final, num pódio ‘selado’ pela Hungria.
No golfe, os americanos conseguiram fazer o pleno 121 anos depois, tendo Nelly Corda terminado a competição feminina com 267 pancadas, 17 abaixo do par do campo, ao passo que a japonesa Mone Inami bateu a neozelandesa Lydia Ko na corrida à prata.
Menos afortunados estiveram na final do evento de basebol, ao perderem com o Japão, por 2-0, tal como sucedera no softebol, enquanto a República Dominicana foi terceira.
A China chegou ao sétimo cetro e à quarta ‘dobradinha’ em oito possíveis nos saltos para a água, agora na plataforma a 10 metros masculina, com Cao Yuan a totalizar 582.35 pontos, batendo o compatriota Yang Jean, prata, e o britânico Thomas Daley, bronze.
Na despedida da canoagem, Lisa Carrington falhou um quarto título em Tóquio2020, ao ter contribuído para o quarto lugar na Nova Zelândia em K4 500 metros feminino, prova que foi vencida pela Hungria, em 1.35,463 minutos, à frente de Bielorrússia e Polónia.
Domínio exclusivamente europeu também revelou a final masculina de K4 500, com Espanha e Eslováquia a secundarem o triunfo da Alemanha, em 1.22,219 minutos, ao passo que a tripulação portuguesa foi oitava e levou para casa um diploma olímpico.
Nesse evento, Ronald Rauhe, de 39 anos, tornou-se o único canoísta premiado em cinco edições de Jogos Olímpicos, depois de um ouro em Atenas2004 (K2 500), uma prata em Pequim2008 (K2 500) e dois bronzes em Sydney2000 (K2 500) e no Rio2016 (K1 200).
A China renovou a marca olímpica em C2 500 feminino, com 1.55,495 minutos, seguida de Ucrânia e Canadá, e o brasileiro Isaquias Queiroz festejou em C1 1.000 masculino, com 4.04,408 minutos, face ao chinês Liu Hao e ao moldavo Serghei Tarnovschi.
No ciclismo de pista, a Dinamarca arrebatou o evento masculino de ‘madison’, ausente nos últimos dois ciclos olímpicos, com 43 pontos, acima de Grã-Bretanha e França.
Com 107.800 pontos, Linoy Ashram voltou a dar uma alegria a Israel na ginástica, na sequência do triunfo de Artem Dolgopyat no solo masculino, ao colocar-se à frente da russa Dina Averina e da bielorrussa Alina Harnasko na competição rítmica feminina.
Se a Suécia ‘limpou’ nos saltos por equipas em equestre, com um tempo combinado de 122,90 segundos, secundada por Estados Unidos e Bélgica, a Noruega venceu pela primeira vez no voleibol de praia masculino, ao bater na final a Rússia, a competir sob bandeira do seu comité, por 2-0, tendo o Qatar granjeado o derradeiro lugar do pódio.
As russas foram mais felizes na prova de rotina livre por equipas de natação artística, totalizando 196.0979 pontos, rumo ao sexto título coletivo consecutivo e ao sétimo da carreira de Svetlana Romashina, deixando China e Ucrânia com os restantes ‘metais’.
Outro pleno foi garantido pela Grã-Bretanha no pentatlo moderno, cuja prova masculina teve Joseph Choong a definir um novo recorde olímpico, de 1.482 pontos, para deixar o egípcio Ahmed Elgendy em segundo e o sul-coreano Jun Woongtae no fim do pódio.
No setor masculino do pugilismo, o britânico Galal Yafai venceu em peso mosca (48-52 kg) e o brasileiro Hebert Sousa foi mais forte em peso médio (69-75 kg), enquanto a búlgara Stoyka Krasteva e a turca Busenaz Surmeneli saíram por cima nas categorias femininas de peso mosca (48-51 kg) e meio-médio (64-69 kg), respetivamente.
O karaté terminou a estreia olímpica com os sucessos do iraniano Sajad Ganjzadeh e da egípcia Feryal Abdelaziz em +75 kg masculinos e +61 kg femininos, respetivamente.
A encerrar os eventos de luta livre, o japonês Takuto Otoguro e o russo Abdulrashid Sadulaev venceram as classes de 65 kg e 97 kg nos homens e Yui Susaki tornou-se a terceira mulher seguida oriunda da nação anfitriã de Tóquio2020 a festejar em 50 kg.
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