“Igualámos aquilo que foi a maior delegação de sempre, há cinco anos, a Jogos Olímpicos, mas temos mais mulheres e mais uma modalidade. Temos mais mulheres e isso é uma revolução: 35% de mulheres é uma revolução e estamos orgulhosos dessa revolução. Portugal está a mudar e a nossa missão olímpica acompanha essa mudança. É um momento muito emocionante”, afirmou o chefe de Estado.
No discurso realizado na apresentação de cumprimentos da missão olímpica portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa enfatizou o papel de “embaixadores especiais” dos atletas presentes no Japão e salientou as circunstâncias únicas destes Jogos Olímpicos, adiados por um ano devido à pandemia de covid-19, com as naturais consequências na preparação dos atletas.
“É completamente diferente preparar Jogos Olímpicos para quatro em quatro anos e ter de preparar Jogos Olímpicos para cinco anos de distância. O/A atleta prepara o seu caminho, (…) tudo isso corresponde a uma forma física e a um percurso preparado. E, de repente, quando estão preparados para 2020, não há Jogos Olímpicos e não se sabe quando haverá. Reprogramam a sua vida para 2021, mas sem a certeza da realização”, frisou, acrescentando: “Vale mais, porque custou mais. Por isso, tem mais mérito e o povo português sabe isso”.
A abertura da cerimónia esteve a cargo do presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, que evidenciou a conjuntura especial em torno de Tóquio2020.
“Trata-se de uma missão ‘sui generis’, pois ocorre num ano após a sua previsão inicial e num contexto pleno de restrições e controlos, atendendo à situação pandémica que ainda se vive no Japão. E num contexto social onde, a fazer fé nos inquéritos de opinião publicados, a maioria do povo japonês gostaria que os Jogos fossem novamente adiados ou não se realizassem. Partimos com exata noção da severidade da situação que vamos encontrar”, notou.
Reconhecendo os “tempos difíceis” para a missão olímpica, o líder do COP não deixou de agradecer ao governo pelo cumprimento “escrupuloso” das suas obrigações e à ‘task force’ responsável pela vacinação contra a covid-19, que coordenou o processo de administração de vacinas dos atletas e membros do staff que vão representar Portugal em Tóquio2020. Nesse sentido, assinalou a “responsabilidade” da missão para esta competição.
“Temos a exata noção da responsabilidade que transportamos: responsabilidade desportiva, mas antes de tudo uma responsabilidade social perante o país que representamos. Aquilo que posso prometer é que tudo faremos para que os portugueses sintam orgulho na sua missão olímpica, de estarmos à altura das nossas responsabilidades, num contexto tão excecional, sabendo que com isso estaremos a prestigiar o desporto nacional e a servir Portugal”, disse.
Em nome do executivo foi o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, quem tomou a palavra, que acentuou os Jogos Olímpicos como “um momento cimeiro na vida dos atletas”, num evento no qual estiveram ainda presentes o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, e o embaixador do Japão em Portugal, Ushio Shigeru.
Portugal vai estar representado por 92 atletas, em 17 modalidades, nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, que vão ser disputados entre 23 de julho e 8 de agosto, depois do adiamento por um ano, devido à pandemia de covid-19.
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