"Estamos à espera que seja a administração a apresentar-nos uma nova proposta face à rejeição da anterior por parte dos trabalhadores, num processo que culminou com a eleição da nova Comissão de Trabalhadores", disse à agência Lusa Fernando Gonçalves, adiantando que "ainda não há data marcada para o início das negociações".
"Neste momento ainda estamos a trabalhar nas propostas apresentadas pelas diferentes listas concorrentes à Comissão de Trabalhadores, para chegarmos a uma posição conjunta que mereça o acordo de todos os elementos que integram a comissão executiva", acrescentou.
Além de Fernando Gonçalves e Armando Lacerda, ambos da Lista E, que venceu as eleições para a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, integram a comissão executiva Fausto Dionísio (Lista D), José Carlos Silva, (Lista C) e Paulo Marques (Lista A).
Contactada pela agência Lusa, a administração da Autoeuropa não adiantou qualquer data para o reatamento do processo negocial, mas disse esperar que o diálogo com a nova Comissão de Trabalhadores "seja produtivo".
"A administração da Volkswagen Autoeuropa e a nova Comissão de Trabalhadores decidirão, em conjunto, os próximos passos do diálogo para a implementação do novo modelo laboral. Espera-se que este processo seja produtivo e que decorra dentro de um período de tempo compatível com a preparação da fábrica para o exigente programa de produção de 2018", refere uma nota da imprensa da Volkswagen Autoeuropa.
Apesar de ainda não haver acordo sobre os novos horários para responder à produção do T-Roc, a fábrica de automóveis de Palmela já está a produzir o novo modelo e o primeiro carregamento do T-ROC, com um total de 1.800 veículos, saiu esta semana do porto de Setúbal com destino a Emden, na Alemanha.
A Autoeuropa estima produzir mais de 200.000 veículos Volkswagen T-Roc em 2018, quase triplicando a produção de 2016, o que levou a empresa a contratar cerca de 2.000 novos trabalhadores e a decidir a abertura de um sexto dia de produção aos sábados, solução que não agrada aos trabalhadores e que esteve na origem da primeira greve por razões laborais realizada na fábrica de Palmela, no passado dia 30 de agosto.
Apesar das divergências sobre o trabalho aos sábados, o novo coordenador da Comissão de Trabalhadores, Fernando Gonçalves, acredita que as partes vão encontrar uma solução adequada para pôr termo ao conflito laboral na fábrica de automóveis de Palmela, e que levou à rejeição de um pré-acordo estabelecido entre a administração e a anterior Comissão de Trabalhadores.
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