A decisão foi tomada durante um plenário de trabalhadores, realizado esta tarde, nas instalações da empresa, em Alcains, não estando para já estabelecidas quaisquer outras medidas de ação, segundo adiantou à Lusa, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa(STBB), Marisa Tavares.
“Estivemos a tirar dúvidas. Aquilo que definimos foi que na próxima quinta-feira, voltamos a reunir em plenário e continuar a exigir o pagamento do salário de outubro, uma vez que os trabalhadores não podem ficar com os salários em atraso. Tem que ser encontrada uma solução para o pagamento dos salários por parte do Ministério da Economia”, afirmou a sindicalista.
Marisa Tavares disse ainda que nessa reunião, vai ser definida uma estratégia para a próxima assembleia de credores.
“Isto está a tornar-se numa situação demasiado desgastante e as trabalhadoras não podem estar neste impasse. Só podem, se estiverem salvaguardados os vencimentos. Os trabalhadores não podem ser penalizados por este impasse”, sustentou.
Adiantou ainda que o administrador da insolvência informou a comissão de credores que “vai tentar, ainda hoje, enviar por escrito, as propostas dos dois proponentes” apresentadas na terça-feira, na assembleia de credores.
O STBB enviou um novo ofício, na quarta-feira, ao Ministério da Economia, a exigir a salvaguarda do pagamento dos salários de outubro.
“Ainda não obtivemos resposta ao nosso pedido, para que sejam tomadas medidas em relação ao pagamento dos salários de outubro, porque os trabalhadores não podem estar até dia 10 [novembro] sem ordenados”, frisou.
Maria Tavares sublinhou ainda que o facto de o Orçamento de Estado para 2022 não ter sido aprovado, “não serve de desculpa” e entende que o Ministério da Economia “tem que dar resposta aos problemas das pessoas”.
A assembleia de credores da empresa de confeções Dielmar decidiu, na terça-feira, agendar uma nova reunião no dia 10 de novembro, para que a comissão de credores discuta as duas propostas existentes, uma das quais de 10 milhões de euros.
Fundada em 1965, em Alcains, no concelho de Castelo Branco, por quatro alfaiates que uniram os seus conhecimentos, a Dielmar, que empregava atualmente mais de 300 trabalhadores, pediu a insolvência ao fim de 56 anos de atividade, uma decisão que a administração atribuiu aos efeitos da pandemia de covid-19.
A Dielmar pediu a insolvência no passado dia 02 de agosto, tendo o Juízo de Comércio do Fundão da Comarca de Castelo Branco declarado a insolvência da empresa no dia seguinte.
Comentários