Numa manifestação ruidosa, com tambores e ‘vuvuzelas’, cerca de 500 trabalhadores da EDP juntaram-se na Praça do Comércio e caminharam até à sede desta empresa do setor energético, na Avenida 24 de Julho, onde hoje decorre uma assembleia geral de acionistas.
À frente, a guiar a marcha, um caixão feito de cartão e cartazes onde se lia “Aumentos de 15% para a administração e para os trabalhadores 3% e sem direito a negociar”.
Em declarações aos jornalistas, o coordenador da federação intersindical Fiequimetal, Rogério Silva, afirmou que “a administração organizou um banquete na sede para brindar os seus acionistas em 815 milhões de euros”.
“A EDP é uma empresa que acumula lucros recorde, teve este ano 1.300 milhões em lucros. E o que está a fazer é a teimar em não querer valorizar os seus trabalhadores em particular os mais jovens”, criticou.
Rogério Silva adiantou que atualmente um jovem na empresa energética ganha cerca de mil euros e que a reivindicação dos sindicatos é um aumento de 170 euros mensais, o que representaria um encargo de cerca de 15 milhões para a EDP.
“A EDP é uma empresa essencial ao funcionamento da economia. A EDP devia ter contratação coletiva que desse o exemplo a todas as outras. Não, a EDP está a tentar nivelar por baixo relações de trabalho, salários, condições sociais. (…) Os salários da EDP têm que estar em consonância com os lucros de milhões e milhões de lucros”, defendeu.
Os trabalhadores da EDP estão em greve ao trabalho extraordinário desde 1 de dezembro.
A EDP fechou 2023 com resultados líquidos de 952 milhões de euros, um crescimento homólogo de 40%, contando, entre outras coisas, com "a recuperação da produção hídrica em Portugal", anunciou a elétrica em comunicado ao mercado, em 29 de fevereiro.
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