“Os salários, fomos informados há pouco oficialmente, que entrarão na conta dos trabalhadores até à próxima segunda-feira”, disse André Teives aos deputados da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
O responsável considerou, no entanto que, a notícia “é um bom indicador no imediato, mas não resolve o problema” que a empresa de ‘handling’ (assistência em aeroportos) tem em mãos, referindo-se à “questão acionista”.
“Esperamos que [a questão acionista] seja resolvida com a manutenção da empresa tal qual a conhecemos”, acrescentou André Teives.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), Fernando Henriques, também ouvido no parlamento, acrescentou que o Governo garantiu às estruturas representativas dos trabalhadores que a solução hoje alcançada para desbloquear o pagamento de salários, que passa pela compra de equipamentos da Groundforce no valor de 7,5 milhões de euros, prevê “a recompra desse equipamento”.
A Groundfore e a TAP chegaram hoje a um entendimento que desbloqueia provisoriamente o impasse na empresa e permite pagar os salários aos 2.400 trabalhadores, informou hoje fonte oficial da Pasogal.
“O acordo alcançado agrada à Groundforce, até porque é muito semelhante ao que a empresa propôs desde o início. A Groundforce está, naturalmente, satisfeita por ter sido possível encontrar uma solução que permita pagar os salários aos trabalhadores e pôr fim à angústia de 2.400 famílias”, lê-se num comunicado enviado pela empresa de Alfredo Casimiro, acionista maioritário da Groundforce.
A Pasogal, acionista maioritária da empresa de ‘handling’ (assistência de aeroportos) disse ainda que “resolvida a urgência”, “continuará a empenhar os seus melhores esforços, certamente com o apoio dos acionistas Pasogal e TAP, no sentido de resolver a questão de fundo”.
A TAP vai comprar equipamentos da SPdH/Groundforce por 7,5 milhões de euros, o que permitirá desbloquear o pagamento dos salários e impostos em atraso, passando a empresa de ‘handling’ a pagar à companhia aérea pelo aluguer deste material, segundo disse à agência Lusa João Alves, da Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa de ‘handling’. Segundo referiu, trata-se de “uma prática muito usual no mundo da aviação”.
Os trabalhadores da Groundforce ficaram a saber, no final de fevereiro, que devido ao impacto da pandemia, a empresa não tinha dinheiro para o pagamento de salários e iniciaram uma série de manifestações a pedir a intervenção do Governo.
Depois de vários dias de negociações entre a TAP, que detém 49,9% da SPdH (conhecida pelo seu nome comercial, Groundforce), e a Pasogal, acionista maioritário da empresa de ‘handling’ com 50,1% do seu capital social, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, informou os representantes dos trabalhadores que as ações da Pasogal já se encontravam penhoradas, não podendo ser dadas como garantia para um adiantamento da TAP de 2,05 milhões de euros para pagamento de salários de fevereiro, nem para um empréstimo bancário com aval do Estado de 30 milhões de euros das linhas Covid.
No domingo, a TAP propôs à Pasogal disponibilizar 6,97 milhões de euros, através de um aumento de capital e não de um adiantamento, proposta que a empresa de Alfredo Casimiro disse, na terça-feira, estar disponível para considerar.
Esta tarde são ouvidos no parlamento o presidente do Conselho de Administração da Groundforce e administrador da Pasogal, Alfredo Casimiro, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, bem como os sindicatos e a Comissão de Trabalhadores (CT).
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