A Aprofer - Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário, que realizou este mês três dias de greves que cancelaram centenas de comboios, disse que acredita num “mais que provável regresso à greve em março por tempo indeterminado”.
A entidade indicou que, “após cinco anos de um primeiro acordo por concluir, em 2022”, a IP rejeitou até setembro de 2023 fechar com a associação um acordo, para “dar cobertura e solução a todo o tipo de perigos profissionais ao nível da saúde física e mental e que ao longo destes anos têm sido o rastilho para a morte precoce e para as doenças incapacitantes”.
A entidade realçou que a IP, no dia 04 de janeiro, disse que “já teria a aprovação de orçamento, para voltar às negociações” e que “simulou uma reunião com a Aprofer” na DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho), onde “afinal o que propunham eram cadeiras, computadores e a reabertura para discussão de questões para as quais já se tinham fechado compromissos em setembro de 2022 e, portanto, no entender da IP e da tutela, seriam estas as razões mais que suficientes, para que a greve do dia 10 de janeiro, não acontecesse”.
A organização disse ainda que, na sexta-feira, a empresa “apresentou cinco ‘cenários’, para a negociação salarial para 2024”, destacando que “em nenhum deles consta o cumprimento dos compromissos para com a Aprofer”.
“A única ferramenta que temos para nos defender é a lei portuguesa e como tal está agendado um calendário de luta que irá iniciar-se em março”, destacou, indicando que “a metodologia das greves irá ser a da primeira semana de janeiro”.
Na sexta-feira, também a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) criticou as propostas apresentadas pela administração da IP, falando em “imposição” e em redução do “salário real”.
Num comunicado, a organização disse que “no seguimento das ordens emanadas do Governo, a administração da IP, apresentou-se hoje [sexta-feira] na mesa de negociação não com uma, não com duas, não com três, mas com cinco opções de atualização dos salários”, lamentando que todas signifiquem “a redução do salário real dos trabalhadores”.
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