“A greve é por tempo indeterminado e para já vai manter-se, pelo menos, até ao final do mês. Depois vamos ter que marcar uns plenários e ver com os trabalhadores qual será o passo seguinte”, disse à agência Lusa o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte), Miguel Ângelo.

Falando durante a concentração que, desde o início da greve, os trabalhadores fazem diariamente entre as 13:00 e as 15:00 frente à empresa metalomecânica - e que hoje contou com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos – o dirigente sindical admitiu que venha a ser decidido um agudizar do protesto.

“Esta greve de uma hora por turno e ao trabalho extraordinário é mais para causar impacto em termos da imagem da empresa e uma forma de pressão para obrigá-la a negociar”, afirmou Miguel Ângelo, acrescentando que se pretendeu também “não causar tanto prejuízo [em termos de desconto no salário] aos trabalhadores”.

Contudo, admitiu, “não quer dizer que no futuro não se pense num outro tipo de greve que, aí sim, cause um grande impacto a nível produtivo”.

Os trabalhadores da Tegopi – Indústria de Metalomecânica exigem aumentos de 50 euros para salários até 850 euros e de 20 euros para ordenados superiores, considerando “insuficiente” a proposta da empresa de uma atualização de 2%.

Ainda reivindicada pelos trabalhadores é a correção das “injustiças” e “disparidades” salariais que dizem vigorar e que chegam “aos 100 a 200 euros” para colaboradores com as mesmas funções, afirmou Miguel Ângelo.

A agência Lusa contactou a Tegopi, mas a administração da empresa metalomecânica - que fabrica torres eólicas e emprega cerca de 300 funcionários - não quis pronunciar-se.

De acordo com o sindicato, a greve tem registado uma adesão “na ordem dos 70%” nos turnos de dia e de 90% no turno da noite, entre as 01:30 e as 02:30 da madrugada, período em que “só quase os chefes é que ficam a trabalhar”.