No âmbito do protesto decorrerá, pelas 14:30, uma concentração frente ao edifício da PT-MEO, nas Picoas, em Lisboa, por esta empresa ser “considerada pelos trabalhadores como a que mais recorre à prestação de serviços por subcontratados”.

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) estima a existência no setor de “cerca de 500 mil trabalhadores com vínculos precários”, que “andam de contrato em contrato sem qualquer estabilidade e com a incerteza sempre que se aproxima o fim do contrato sem saber se continuam ou não”.

A isto juntam-se “os baixos salários, uma enorme rotatividade de trabalhadores e uma chocante desregulamentação do horário de trabalho, que impede os trabalhadores de articular a sua vida profissional com a vida pessoal e familiar”, acrescenta.

Segundo o SINTTAV, na base da greve do dia 30 estão “as insistentes queixas sobre falta de respeito e más condições de trabalho, a pressão exercida sobre os trabalhadores no desempenho das suas funções, o desgaste, os horários que não se coadunam com o necessário repouso que periodicamente necessitam e a política de baixos salários balizados no salário mínimo nacional, completamente incompatível com o elevado nível profissional que é exigido”.

Isto “com a agravante de se lhe juntar uma outra parcela variável (prémios) cujo valor depende de objetivos impostos unilateralmente e cujas regras podem mudar instantaneamente, defraudando todo o empenho do trabalhador, acrescido da precariedade do vínculo contratual”.

“Como é possível considerar que um trabalhador está a suprir uma necessidade temporária quando está há oito, dez e mais anos no mesmo posto de trabalho?”, questiona o sindicato, apontando como exemplo as “centenas de trabalhadores da Manpower que há tantos anos são a imagem da PT no atendimento à população”.

De acordo com o SINTTAV, estes trabalhadores “utilizam as ferramentas de trabalho que a PT lhes disponibiliza, partilham das mesmas instalações que os quadros efetivos da PT e são avaliados pelo controlo de qualidade da PT”, mas “não deixam de continuar a ser uma ‘carta fora do baralho’".

Neste contexto, os trabalhadores da Manpower em serviço na PT-MEO têm vindo a organizar ações de protesto desde novembro do ano passado, tendo já realizado quatro plenários e duas greves e continuando a reclamar a negociação de um aumento salarial para 600 euros aos trabalhadores que ganham o salário mínimo e de um acréscimo de 40 euros para os restantes.