Os trabalhadores, em greve de 24 horas, que está a registar uma adesão “próxima dos 90%”, recebem atualmente 1,85 euros, disse à Lusa Vivalda Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades diversas (STAD).
“Já tinha havido um compromisso para que o subsídio de alimentação aumentasse para 3,5 euros, que não foi efetivado, e os trabalhadores decidiram fazer lutas até que realmente haja um compromisso e uma efetivação de um aumento subsídio alimentação”, disse.
Vivalda Silva admitiu, contudo, que a luta das trabalhadoras que fazem todo o serviço de limpezas no Hospital de São João possa terminar, uma vez que o caderno de encargos do concurso que está a decorrer para seleção da empresa prestadora do serviço “já prevê esse aumento”.
“A informação que temos é que no novo concurso o caderno de encargos já prevê esse aumento de subsídio de alimentação. Temos uma informação verbal de que isso está a acontecer. O concurso está a decorrer, vamos ver”, sublinhou.
A dirigente do STAD considerou que, “se o caderno de encargos prevê esse aumento, é porque o hospital está na disposição de dar esse dinheiro à empresa que ganhar o concurso, para que o subsídio de alimentação seja aumentado”.
“Se isso acontecer, claro que as trabalhadoras não vão continuar a fazer greve. Elas não querem fazer greve, elas só querem um subsídio de alimentação que seja mais digno, porque realmente 1,85 euros não é nada”, frisou.
Reivindicam também que o subsídio de alimentação seja pago pelos dias efetivamente trabalhados, porque “a empresa não paga o subsídio de alimentação aos funcionários que trabalham ao sábado”, explicou Vivalda Silva.
Segundo a dirigente do STAD, trabalham no serviço de limpeza do Hospital de São João um total de “220 trabalhadores, mas diariamente estão ao serviço cerca de 100”.
O sindicato está a negociar o contrato coletivo de trabalho para o setor propondo o aumento do subsídio de alimentação para cinco euros.
“Se na contratação coletiva o valor for de cinco euros, as trabalhadoras do São João terão de levar também esse valor, mas para já o que reivindicam são os 3,5 euros”, acrescentou.
Contactada pela Lusa, fonte do hospital refere que “não se prevê que o serviço de limpeza no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) venha a ser afetado de forma a condicionar a prestação de cuidados de saúde, uma vez que foi determinada a prestação de serviços mínimos”.
Numa resposta escrita, a fonte salienta que “na última greve neste contexto, todos os serviços funcionaram de forma adequada, ressaltando o profissionalismo e a defesa do interesse dos utentes que os profissionais em causa demonstraram”.
“A greve é uma decisão dos profissionais, numa negociação com a sua entidade patronal, com a qual o CHUSJ possui um contrato de prestação de serviços, mas sendo totalmente alheio às questões laborais que se encontram em discussão; de sublinhar que não se trata de profissionais do CHUSJ, mas contratados por uma entidade externa”, acrescenta.
(Notícia atualizada às 11:45)
Comentários