“Os trabalhadores do Lidl estão a manifestar o seu descontentamento pela falta de resposta da empresa às suas reivindicações”, explicou à Lusa a presidente do CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços, Isabel Camarinha.
A dirigente sindical acrescentou que a greve se enquadra “numa luta dos trabalhadores da grande distribuição a exigir a negociação do contrato coletivo de trabalho”, onde se praticam “salários baixíssimos”.
Apesar das negociações decorrerem “há 15 meses”, Isabel Camarinha criticou as empresas e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) por não darem passos no sentido de “corresponder às exigências dos trabalhadores”.
“Num setor em que as empresas têm lucros de milhões, a tabela salarial tem salários a rondar o salário mínimo nacional ou pouco mais”, apontou A dirigente do CESP.
Um funcionário do Lidl, Ricardo Santos, adiantou que a greve pretende reivindicar, além de mais horas de trabalho devidamente remuneradas, um “aumento de 40 euros para todos os trabalhadores”.
Em frente à sede do Lidl, no Linhó, concentraram-se cerca de duas centenas de trabalhadores e sindicalistas, muitos com dorsais da CGTP, enquanto alguns empregados entoavam palavras de ordem como “Têm lucros aos milhões e pagam uns míseros tostões”.
“A Lidl a procrastinar desde 1995″, lia-se num cartaz empunhado por um trabalhador, enquanto muitos assobiavam à entrada ou saída nas instalações de veículos de uma marca alemã que farão parte da frota de quadros da empresa de distribuição alimentar.
Nuno Eugénio, trabalhador de armazém no Lidl, queixou-se de “falhas salariais todos os meses” e também dos baixos vencimentos, “apesar da empresa dizer que paga acima da média”.
“Nós reclamamos melhores condições de trabalho, fim ao assédio moral aos trabalhadores, subsídio de frio e aumento salarial”, disse outra empregada, Vanda Rosa.
Os trabalhadores dos armazéns dos supermercados e hipermercados iniciaram hoje uma greve, a que se juntam no sábado e domingo empregados das lojas Lidl, Minipreço, Pingo Doce e Continente.
A paralisação, convocada pelos sindicatos da CGTP-IN, tem como objetivo pressionar a APED para evoluir na negociação do contrato coletivo, aumentos salariais, alterações de carreira e regulamentação dos horários de trabalho.
No final da concentração, os trabalhadores do Lidl aprovaram uma resolução reivindicativa, para entregar à administração da empresa.
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