“A adesão à greve foi na ordem dos 10% com uma unidade de negócio de 45%”, pode ler-se numa resposta da transportadora a questões da agência Lusa, após o sindicato ter apontado uma adesão a rondar os 75%.

O coordenador do STRUN, José Manuel Silva, tinha apontado à Lusa para uma paralisação de “100% em vários concelhos”, com números, noutros, “mais fracos um pouco”, referindo uma adesão global de “70% a 75%”.

“Onde se nota mais é no Norte, em Fafe, Guimarães, Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto, Celorico [de Basto], Santo Tirso, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Porto”, enumerou, apontando que “no Porto, dos trabalhadores dos expressos nenhum está a trabalhar”.

O sindicalista tinha ainda alegado que a empresa não tinha marcado nenhuma reunião com o STRUN, “embora, por linhas travessas”, tenha tentado desconvocar a greve de hoje.

Está também marcada uma nova paralisação para o dia 06 de fevereiro, nos mesmos moldes da de hoje.

“A Transdev está, como sempre esteve, disponível para reunir com os representantes dos trabalhadores”, refere a empresa, apontando também “a existência de uma comissão paritária onde se analisam e debatem os temas a serem alterados por acordo entre as partes”, sendo esta “a estrutura estabelecida para o diálogo em torno do acordo coletivo, o que tem vindo a ocorrer com regularidade”.

Em causa está “um acordo de contratação coletiva com todas as estruturas sindicais representativas dos seus trabalhadores (FECTRANS/CGTP, STTAMP e SNMOT)”, que o STRUN afirma não querer assinar nos moldes atuais.

Segundo a Transdev, este “aumentou a remuneração dos motoristas em mais de 8%, e das restantes funções em mais de 4,5%, melhorou diversos pontos críticos entre os quais os relacionados com os tempos de intervalo e concedeu novos benefícios sociais aos trabalhadores, dos quais se destaca a atribuição de um seguro de saúde”.

“Entretanto, enquanto decorrem as negociações para o ano de 2023, a Transdev já avançou para um aumento de 55 euros para todos os trabalhadores, com efeitos a partir de janeiro deste ano, continuando o diálogo construtivo com todas as estruturas sindicais para conseguirmos em breve fechar um acordo para 2023”, completa a empresa.

Entre as exigências dos trabalhadores que hoje fizeram greve estão aumentos salariais este ano “na mesma percentagem do salário mínimo nacional, ou da inflação, aquela que for mais favorável aos trabalhadores, como vão receber os trabalhadores das empresas filiadas na ANTROP”, a Associação Nacional de Transportes de Passageiros.

Para os trabalhadores, o local de trabalho deve ser “aquele para onde o trabalhador foi contratado e não pode rodar para outro, mesmo que diste a mesma distância casa-trabalho”, e os trabalhadores, “sempre que na hora de almoço ou jantar estejam deslocados do seu local de trabalho”, devem ter “direito ao almoço ou jantar em deslocado”.

Os trabalhadores exigem ainda o “pagamento do pequeno-almoço para quem inicia o serviço antes das 06:00”, a “acumulação do subsídio de alimentação com almoço ou jantar em deslocado ou penalizado”, e não aceitam receber o “subsídio de complemento de condutor”, pretendendo manter o “subsídio de agente único com a sua redação anterior”.