Tanto a ABC como a CBS e a MSNBC não transmitiram até ao fim as declarações de Donald Trump, citando a falta de provas nas suas alegações de fraude eleitoral para fazê-lo.
"Novamente, encontramo-nos na estranha posição de não apenas interromper o presidente dos Estados Unidos da América, mas também corrigi-lo", disse Brian Williams, pivô da MSNBC.
Também na CNN foram reservadas palavras duras ao presidente, até mesmo da parte de um dos seus apoiantes, o republicano Rick Santorum, que considerou as alegações por parte de Trump "perigosas" e "chocantes", acusando-o de não ser factual e dizendo mesmo que "nenhum republicano eleito vai apoiar aquelas declarações".
Já Anderson Cooper, pivô da CNN a fazer o acompanhamento destas eleições, caracterizou o momento como "patético" e Trump como sendo "a pessoa mais poderosa do mundo" numa posição em que parece "uma tartaruga obesa virada ao contrário, a abanar-se ao sol, apercebendo-se de que o seu tempo chegou ao fim e a querer arrastar-nos com ele".
Neste momento, continuam as contagens nos estados onde ainda não há vencedores apurados. A indecisão nestes territórios mantém tudo em aberto. A única novidade é o estreitar das margens que separam os candidatos. Nos estados que Biden lidera (Arizona e Nevada), Donald Trump está a aproximar-se; e nos onde Trump tem vantagem (Pensilvânia, Georgia e Carolina do Norte), é Joe Biden quem vem subindo cada vez mais.
No estado da Pensilvânia, aquele que pode dar uma vitória imediata a Biden, são esperadas atualizações por volta das 16h de Lisboa.
Joe Biden tem já 253 votos do Colégio Eleitoral. Atrás segue Donald Trump, com 214. Sublinhamos novamente que estes números divergem (264/213) consoante a fonte. Tem a ver com a análise que cada órgão faz dos números recolhidos. No SAPO24 estamos a seguir a ponderação do ‘New York Times’, que tem em conta duas fontes distintas e a sua própria análise.
Para ter hipóteses de ganhar, Trump precisa dos 20 votos do estado da Pensilvânia e dos 16 da Georgia. Biden pode ganhar só com os votos do Arizona e do Nevada, cuja soma dá exatamente os 17 votos de que ele precisa para chegar aos 270.
Naturalmente, Biden pode também ganhar a Pensilvânia ou a Georgia (16) ou a Carolina do Norte (15). Mas dos estados ainda em apuração, estes são os mais republicanos — apesar de aqui Trump estar a perder terreno.
Trump precisa de mais votos. Apesar de ainda não estar fechado, o Alasca e os seus três votos são seguros para Trump. Ficam, assim, a faltar-lhe 53 votos. O caminho para o presidente teria então de passar pela Georgia, Carolina do Norte e Pensilvânia. Mas isso dava-lhe apenas 51 votos — por isso, Donald Trump precisaria ainda de ganhar o Arizona (que alguns meios já atribuem a Biden), ou o Nevada, que em 2016 votou na democrata Hillary Clinton.
Estas são as possibilidades, mas os números mostram uma luta renhida, com a diferença em poucos milhares de votos, a diminuir a cada nova atualização. A imprensa norte-americana descreve a diferença como “no fio da navalha”, podendo cair para qualquer dos lados, tendo em conta as estimativas de votos ainda por contar.
Na Georgia, Trump lidera com apenas mais 1.709 votos que Biden (com 98% dos votos contados); na Pensilvânia, a vantagem do presidente são 22.576 votos (95% dos votos contados); e a mais confortável, a Carolina do Norte, tem uma margem de 76.737 votos para Biden (95% dos votos contados).
O candidato democrata vence no Arizona com 47.052 votos de vantagem (com 90% dos votos contados); e no Nevada com apenas 11.438 (89% dos votos contados). Mas também estas margens têm vindo a diminuir, à medida que mais votos são contados.
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