Chapo leu o termo de posse e prestou juramento às 11h12 locais, perante os aplausos dos convidados. Conforme previsto no programa da cerimónia, a presidente do Constitucional, Lúcia Ribeiro, recebeu os símbolos do poder pelo Presidente cessante, Filipe Nyusi, e poucos minutos depois fez a investidura de Daniel Chapo como novo Presidente da República de Moçambique.

A cerimónia decorreu na Praça da Independência, no centro de Maputo, sob fortes medidas de segurança no exterior e no acesso ao recinto, face ao anúncio de manifestações e protestos, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições de 9 de outubro, os quais já provocaram 300 mortos e mais de 600 feridos a tiro, segundo organizações.

No primeiro discurso enquanto chefe de Estado de Moçambique, logo após a cerimónia de investidura, Daniel Chapo prometeu ser "não um Presidente distante, mas um filho da nação", garantindo que "unidos somos capazes de superar obstáculos e transformar as dificuldades em prosperidade”.

O ato de investidura, salientou, "marca o início de uma nova fase de consolidação da construção da nação soberana e próspera”.

Daniel Chapo prometeu ainda um país com governantes e instituições honestos e comprometidos com o povo e o desenvolvimento do país. No seu entender Moçambique não pode continuar "refém da corrupção, do nepotismo e da incompetência" de quem deve servir aos moçambicanos.

"Hoje iniciamos juntos uma era para Moçambique e uma nova era", disse, diante de 2500 convidados, entre nacionais e estrangeiros, salientando que o seu Governo vai enfrentar o crime organizado e devolver a segurança pública das famílias.
"Vamos trabalhar e investir no sistema. A corrupção é uma doença que afeta o nosso sistema, carteiros que sugam o Estado. Não haverá lugar para aqueles que colocam os seus interesses acima dos interesses do povo. Aos jovens em desespero por falta de emprego, vamos criar ambiente para que tenham emprego. Moçambique não pode continuar com lambe-botismo, corrupção ou inércia. Cada cidadão deve ser fiscal para o resgate do patriotismo de todos os moçambicanos".

Refira-se que em 23 de dezembro, Daniel Chapo, 48 anos, foi proclamado pelo Conselho Constitucional como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, nas eleições gerais de 9 de outubro, que incluíram legislativas e para assembleias provinciais, que a Frelimo também venceu.