Os três Nobel encontram-se em Valência como jurados dos prémios Rei Jaime I, que este ano celebram a trigésima primeira edição e que cujos premiados em seis categorias serão anunciados na terça-feira.

Michael Levitt, Nobel da Química 2013, afirmou que se a população mundial se reduzisse em 90 por cento “muitos dos problemas seriam resolvidos” de seguida.

“Não creio que essa seja uma boa solução, mas a natureza tende a resolver as coisas como tem de o fazer”, acrescentou.

Na sua opinião, “o mundo não está acabado, apesar de o futuro ser incerto”.

“Estou convencido de que há um aquecimento global e [que isso] requer uma ação imediata”, afirmou.

Barry Barish, Prémio Nobel da Física 2017, replicou que não pode mostrar-se tão otimista. “Creio que devemos dar-nos conta de que técnica e cientificamente o problema de reduzir a quantidade de CO2 que se emite para a atmosfera é mais fácil do que eliminá-lo. Não sabemos como desfazer-nos dele”, precisou.

“Estamos a emiti-lo e não vamos ser capazes de eliminá-lo facilmente”, disse Barish, acrescentando que para resolver o problema o quanto antes deve reduzir-se “de forma eficaz” a quantidade de CO2 lançada para a atmosfera.

“Infelizmente, isso está controlado pela economia e não pela vontade das pessoas”, declarou.

No seu entendimento, a solução apresenta a dificuldade de que “há que pagar um preço económico para reduzir a quantidade de emissões com energias alternativas”.

“Há CO2 na atmosfera e as tecnologias que conheço estão a centrar-se em emiti-lo e redirigi-lo, mas uma vez na atmosfera não há tecnologia que realmente permita desfazermo-nos dele. No ponto da geração sim, mas não depois de estar na atmosfera e esta é uma experiência de uma só vez”, sublinhou.

Para este Nobel, os políticos e as administrações “não estão a fazê-lo”, pelo que as pessoas jovens e adultas têm de atuar. “Há um sinal de alerta”, advertiu.

Por seu lado, o Nobel da Economia Edmund Phelps afirmou que há “um trabalho considerável” para eliminar o CO2 da atmosfera porque é essencial “não só deixar de emitir, como também eliminar uma boa quantidade que já se encontra na atmosfera”.

“Há métodos economicamente viáveis e inclusive rentáveis para eliminar o CO2 da atmosfera, mas isto é um pouco lento”, disse Phelps.

Michael Levitt questionou qual seria o ponto de inflexão para o aquecimento global e indicou: “Em algum momento vamos ter de deixar de fazer as coisas como as temos feito sempre”.

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