Em causa estava a designação escolhida pelo anterior autarca: Valentim Loureiro Coração de Ouro.
A candidatura socialista, liderada por Marco Martins, reclamou o uso da expressão "Coração de Ouro", uma marca registada pela autarquia de Gondomar.
Já a coligação PSD/CDS-PP, encabeçada por Rafael Amorim, considerou indevida a palavra "coração", uma vez que esta candidatura se apresenta com expressão semelhante - "Gondomar no Coração" - entendendo que este facto pode induzir os eleitores em erro.
Mas de acordo com uma decisão do Tribunal Judicial da Comarca do Porto - Juízo Local Cível de Gondomar à qual a Lusa teve acesso, a juíza responsável pelo caso considerou as impugnações improcedentes.
"Afigura-se que a referida expressão, alusiva às qualidades de um candidato em particular, não terá uma relação direta com uma instituição local, município de Gondomar", lê-se na decisão do tribunal que elenca outros argumentos.
Contactado pela agência Lusa, Valentim Loureiro manifestou-se satisfeito com esta decisão e apontou que vai recorrer no que diz respeito às candidaturas a três Assembleias de Freguesia e à Assembleia Municipal, uma vez que a decisão do tribunal aprova a candidatura à Câmara Municipal e a duas Juntas mas aponta irregularidades às restantes.
"Quanto à decisão à candidatura à Câmara Municipal e a duas Juntas de Freguesia [referindo-se à União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, bem como Freguesia de Baguim do Monte], estou satisfeito. Como esperávamos, já ontem [quarta-feira] o disse, estas reclamações foram tempo perdido porque perderam em toda a linha e não são as reclamações apresentadas pelo PS e pelo PSD/CDS-PP que impedem as restantes juntas de freguesia", disse Valentim Loureiro, que é candidato a um município que geriu ao longo de 20 anos (entre 1993 e 2013) fruto de cinco atos eleitorais.
Nas três primeiras eleições, o então social-democrata foi o candidato do PSD e, nas duas autárquicas seguintes, apresentou-se como independente. Em 2013 o ex-autarca não pôde candidatar-se devido à lei de limitação de mandatos, mas o movimento independente afeto a este candidato entregou listas tendo como cabeça de lista Fernando Paulo, não tendo a candidatura chegado a ir a votos por decisão do Tribunal Constitucional.
"As outras situações identificadas pela juíza, não concordamos com as mesmas e iremos apresentar recurso", acrescentou o candidato independente, referindo-se à lista da Assembleia Municipal e das Freguesias de Fânzeres/S. Pedro da Cova, Rio Tinto e Melres/Medas.
Em reação a esta decisão, o candidato socialista, que é também atual presidente da Câmara, Marco Martins, reiterou o porquê da reclamação feita, garantindo que não está contra a candidatura em si, desejando aliás que "sejam os gondomarenses a decidir".
"Reclamámos porque consideramos que é uma marca de todos os gondomarenses e que não pode ser apropriada por nenhum partido ou nenhum cidadão. Quanto ao facto da candidatura ser aceite, ficamos muito contentes porque queremos ir a votos. Os gondomarenses vão decidir se querem premiar o trabalho feito em quatro anos nas condições que são públicas ou se querem regressar ao passado", disse à agência Lusa Marco Martins.
Já o candidato da coligação PSD/CDS-PP, Rafael Amorim, remeteu comentários para depois de analisar o processo.
São candidatos a Gondomar também Daniel Vieira (CDU) e Rui Nóvoa (Bloco de Esquerda).
As eleições autárquicas realizam-se a 01 de outubro.
[Notícia atualizada às 20h16]
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