“A Alemanha está prisioneira da Rússia porque importa de lá uma grande parte da sua energia”, declarou Trump, durante um pequeno-almoço com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa), Jens Stoltenberg.
Trump aludia ainda ao projeto do gasoduto Nord Stream II, cuja construção está prevista para arrancar este mês e que sai de Ust-Luga, na Rússia, atravessando todo o mar Báltico até terminar em Greifswald, na Alemanha.
“Pagam milhares de milhões de dólares à Rússia e nós temos de nos defender da Rússia (…) isto não é normal”, criticou.
Uma das questões em debate na cimeira da NATO, que decorre hoje e quinta-feira com a presença do primeiro-ministro, António Costa, são as relações com Moscovo, com Stoltenberg a sublinhar na terça-feira, em conferência de imprensa, que os aliados vão discutir com Trump a relação entre a Aliança e a Rússia.
“É importante que a NATO se mantenha unida”, disse, acrescentando que a reunião prevista para segunda-feira entre os líderes dos EUA e da Rússia é “essencial”.
Outro dos temas marcantes da reunião é o da contribuição financeira dos aliados, que Trump tem contestado.
Portugal consagra atualmente cerca de 1,36% do Produto Interno Bruto (PIB) a despesas em Defesa, ainda longe do objetivo de 2% acordado entre os países membros da NATO, segundo os dados divulgados na terça-feira pela organização.
De acordo com os dados publicados — para 2017 e 2018 trata-se ainda de estimativas -, Portugal destinou no ano passado 2.398 milhões de euros a despesas em Defesa, o que equivale a 1,24% do seu PIB, devendo este ano aumentar para 2.728 milhões de euros, o equivalente a 1,36% da riqueza nacional.
O relatório da Aliança revela que apenas quatro países, além dos Estados Unidos — Grécia, Estónia, Reino Unido e Letónia — já atingem a “meta” dos 2% acordada na cimeira do País de Gales em 2014, para ser alcançada no espaço de 10 anos (até 2024).
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