“Estes acontecimentos lançam um forte sinal aos regimes ilegítimos na Venezuela e na Nicarágua de que a democracia e a vontade do povo sempre prevalecem”, é referido num comunicado de Donald Trump.
No domingo, o Presidente da República da Bolívia renunciou ao cargo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país.
"Estou a renunciar para que os meus irmãos não sejam ameaçados. Lamento muito este golpe civil", afirmou.
Evo Morales, de 60 anos, demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.
Numa curta declaração ao país, o socialista Evo Morales explicou que a renúncia acontece por culpa de Carlos Mesa, ex-Presidente da Bolívia, e de Luis Fernando Camacho, presidente do Comité Cívico de Santa Cruz.
“Decidi esta demissão para que Mesa e Camacho deixem de perseguir os meus irmãos, os dirigentes sindicais [...]. Para que não continuem a queimar casas. Para que não continuem a sequestrar dirigentes sindicais e a prejudicar as pessoas mais humildades”, realçou o presidente cessante, salientando, contudo, que a luta ainda não acabou e que a sua obrigação “como presidente indígena e de todos os bolivianos é encontrar a pacificação do país”.
A Bolívia atravessa uma crise social e política desde o dia seguinte às eleições.
Antes do anúncio de que renunciava ao cargo de Presidente, Evo Morales tinha convocado novas eleições após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter recomendado a repetição do ato eleitoral por suspeitas de irregularidades no dia 20 de outubro.
Dois ministros e o presidente da Assembleia Nacional, Victor Borda, tinham também já renunciado aos seus cargos.
Após as demissões no governo, também a presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Maria Eugenia Choque Quispe, apresentou a sua renúncia “irrevogável” para ser "investigada", na sequência do relatório da OEA.
O Ministério Público da Bolívia anunciou, também no domingo, que vai processar os membros do Supremo Tribunal Eleitoral devido a irregularidades "muito graves" detetadas pela OEA, que podem levar a "erros criminais e eleitorais relacionados com o cálculo dos resultados oficiais" das eleições de 20 de outubro.
Os Estados Unidos e a União Europeia apoiaram a convocação de novas eleições presidenciais na Bolívia.
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