A Casa Branca está a ter muita dificuldade em acrescentar a pergunta sobre a cidadania, para o censo eleitoral de 2020, incluindo o facto de o Supremo Tribunal de Justiça ter bloqueado a sua inclusão, pelo menos temporariamente.

Donald Trump quer que apenas as pessoas com naturalidade dos EUA possam exercer o direito de voto e reafirmou hoje que não vai desistir desta sua causa, apesar das muitas resistências políticas e judiciais.

Através da sua conta pessoal na rede social Twitter, Donald Trump disse hoje que é “muito importante” para o país incluir no censo de 2020 “uma pergunta simples e básica: ‘Você é um cidadão dos Estados Unidos?'”.

Trump acrescentou que funcionários do Departamento do Comércio e do Departamento da Justiça estão a trabalhar neste dia que é feriado nacional, que celebra o Dia da Independência, para encontrar uma saída para o impasse à volta da questão.

Na semana passada, o Supremo Tribunal de Justiça bloqueou a inclusão desta pergunta no censo, mas quarta-feira, funcionários do Departamento de Justiça disseram a um juiz federal do Estado de Maryland de que estavam a analisar formas de legais de corresponder ao desejo do Presidente dos EUA.

O procurador-geral assistente Joseph Hunt disse ao juiz de Maryland que estão a estudar “uma forma legal” de contornar a decisão do Supremo Tribunal, dando a entender que a Casa Branca não abandonou a esperança de incluir a questão da cidadania no censo.

O Departamento de Justiça informou o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA de que a questão deve ficar resolvida até final de julho, para atender aos prazos de impressão dos formulários de recenseamento.

Também o secretário de Comércio, Wilbur Ross, disse que, embora respeitando a decisão do Supremo Tribunal, discorda dela e comprometeu-se a procurar soluções jurídicas para convencer os tribunais da validade da questão.

Contudo, a porta-voz do Departamento de Justiça, Kelly Laco, já disse que “não haverá uma questão sobre cidadania no censo de 2020″, alegando que a decisão do Supremo Tribunal de Justiça deixava pouca margem de manobra para atender ao pedido do Presidente em tempo útil.

Politicamente, a Casa Branca tem sofrido muita resistência nesta questão da cidadania no censo, com os seus oponentes a argumentarem que a sua inclusão desencorajaria a participação de imigrantes e residentes que estão ilegalmente no país.

Autarcas e governadores do Partido Democrata juntaram-se às vozes de oposição da medida, dizendo que receberiam menos dinheiro federal e teriam menos representantes no Congresso se a questão fosse colocada no censo, porque desencorajaria a participação de minorias, sobretudo hispânica (que geralmente apoia os Democratas).