“Ouvi dizer que a Rússia, a Síria e, em menor medida, o Irão estão a efetuar um bombardeamento infernal na província de Idleb na Síria e a matar indiscriminadamente muitos civis inocentes. O mundo está a assistir a este massacre. Qual é o objetivo, o que querem alcançar? Parem!”, escreveu Trump na rede social Twitter pouco antes da deixar os EUA para iniciar uma visita de Estado à Grã-Bretanha.
Os comentários foram feitos depois de na sexta-feira organizações não-governamentais sírias terem criticado a inação da comunidade internacional face à escalada de violência do regime sírio e do seu aliado russo na província de Idleb, resultando na mais significativa vaga de pessoas deslocadas desde o início do conflito.
Numa conferência de imprensa em Istambul, na Turquia, representantes dessas organizações descreveram um agravamento do drama humanitário na província, dizendo que, além das dezenas de mortes de civis, os bombardeamentos tinham expulsado mais de 300 mil pessoas de suas casas junto à fronteira turca.
Na sexta-feira, o Observatório Sírio para Direitos Humanos indicou que quase 950 pessoas, a maioria combatentes e cerca de um terço civis, foram mortas em apenas mês em Idleb e arredores.
A escalada na província de Idleb, na fronteira com a Turquia, é o mais grave desde que Moscovo e Ancara, que apoiam alguns grupos rebeldes, anunciaram em setembro 2018 um acordo sobre uma “zona desmilitarizada”.
O regime não anunciou oficialmente a ofensiva contra Hayat Tahrir al-Sham (ex-filial do grupo extremista Al-Qaeda), a Síria e os seus aliados intensificaram os bombardeamentos e voltaram a controlar áreas na periferia da província de Idleb.
Na sexta-feira, um porta-voz russo pediu aos grupos rebeldes que parassem os ataques às áreas pró-regime.
Segundo a ONU, 270 mil pessoas estão deslocadas desde o final de abril.
Iniciada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 370 mil mortes.
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