Esta declaração foi feita na quarta-feira perante um tribunal britânico, numa audiência judicial antes do exame ao pedido de extradição para os Estados Unidos do australiano de 48 anos, que começará na segunda-feira.
Na audiência, onde Assange participou por videoconferência, a defesa citou um documento no qual a advogada do fundador do Wikileaks Jennifer Robinson afirma que a proposta do presidente norte-americano foi feita através do congressista republicano Dana Rohrabacher, segundo a British Press Association (PA).
O documento afirma que Rohrabacher "foi ver Assange e lhe disse, seguindo as instruções do presidente, que ele propôs um perdão ou outra saída, se Assange (...) dissesse que a Rússia não tinha nada a ver com os vazamentos do Partido Democrata", indicou a PA, citada pela agência France-Presse.
O juiz aceitou esta declaração como prova.
"Quando falei com Julian Assange, disse-lhe que, se ele me pudesse dar provas de quem realmente lhe havia dado os e-mails do Partido Democrata, ligaria para o presidente Trump para perdoá-lo", afirmou Rohrabacher no seu site, esta quarta-feira.
A Casa Branca desmentiu essa informação logo de seguida.
"O presidente mal conhece Dana Rohrabacher, sabe apenas que ele é um ex-congressista. Nunca falou com ele sobre esse assunto e praticamente nenhum outro assunto. É uma invenção pura e uma mentira absoluta", denunciou a porta-voz da Casa Branca Stephanie Grisham, através de um comunicado.
A AFP não conseguiu entrar em contacto com a advogada de Julian Assange.
Os serviços de inteligência dos Estados Unidos concluíram que os e-mails democratas foram invadidos por hackers russos como parte de uma campanha russa para influenciar as eleições presidenciais em que Donald Trump venceu a democrata Hillary Clinton.
O Wikileaks publicou em 2016, num momento importante da campanha, milhares de e-mails do Partido Democrata e da equipa de Hillary Clinton, que contribuíram para desacreditar a então candidata.
Julian Assange está detido em Belmarsh, no sul de Londres, desde a sua prisão em abril de 2019 na embaixada do Equador, e Washington pede a sua extradição.
Nos Estados Unidos, onde é acusado de divulgar em 2010 informações do governo consideradas sigilosas, Assange pode ser condenado a 175 anos de prisão por espionagem.
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