"O Irão nunca ganhou uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação", começou Trump por escrever no Twitter, reagindo desta forma às promessas de vingança do Irão pela morte do general Qassem Soleimani.
A mensagem enigmática, que foi lida como uma provocação, foi seguida de uma sequência de outras publicações mais diretas:
"O general Qassem Soleimani matou ou feriu gravemente milhares de americanos durante um largo período de tempo, e estava a planear matar muitos mais... mas foi apanhado! Ele foi responsável direta e indiretamente pela morte de milhões de pessoas, incluindo um grande número de manifestantes mortos mesmo no Irão", acusou.
"O Irão pode não admitir, mas Soleimani era odiado e temido dentro do país. Eles não estão nem um pouco tão trsites quando os seus líderes fazem o mundo crer. Ele devia ter sido morto há vários anos".
O Presidente dos Estados Unidos ordenou a morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, general Qassem Soleimani, anunciou o Pentágono num comunicado.
Na nota, o Pentágono disse que Soleimani estava “ativamente a desenvolver planos para atacar diplomatas e membros de serviço norte-americanos no Iraque e em toda a região”.
A Guarda Revolucionária confirmou entretanto a morte do general Qassem Soleimani, na sequência de um ataque aéreo, na manhã de hoje, contra o aeroporto de Bagdad, que também visou o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi].
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu hoje vingar a morte do general iraniano Qassem Soleimani e declarou três dias de luto nacional.
"O martírio é a recompensa pelo trabalho incansável durante todos estes anos. Se Deus quiser, o seu trabalho e o seu caminho não vão acabar aqui. Uma vingança implacável aguarda os criminosos que encheram as mãos com o seu sangue e o sangue de outros mártires", afirmou Ali Khamenei, indicou a agência de notícias France-Presse (AFP).
O líder supremo descreveu o general como "símbolo internacional de resistência", de acordo com uma declaração lida na televisão estatal.
Também o presidente do Irão, Hassan Rohani, prometeu vingança:
“Não há dúvida de que a grande nação do Irão e as outras nações livres da região exercerão a sua vingança sobre os criminosos Estados Unidos”, prometeu Hassan Rohani, em comunicado hoje divulgado.
O “mártir” general Soleimani "deixou enlutado o coração da nação iraniana e de todas as nações da região”, acrescentou Rohani.
A sua morte “duplicou a determinação da nação iraniana e de outras nações livres da região de enfrentar a intimidação da América e de defender os valores islâmicos”, referiu o Presidente iraniano.
Também os Guardas da Revolução, o exército ideológico da República islâmica do Irão, pediram vingança pela morte de Soleimani.
Um porta-voz deste exército avançou que os Guardas e a “Resistência” vão “iniciar um novo capítulo a partir de hoje”.
“A breve alegria dos norte-americanos e dos sionistas transformar-se-á em luto”, assegurou o porta-voz, Ramezan Sharif, em declarações feitas na televisão estatal.
Esta morte “fortaleceu a nossa determinação de nos vingarmos dos assassinos Estados Unidos e dos opressores sionistas e isso vai acontecer”, acrescentou, antes de começar a chorar.
“Soleimani juntou-se aos nossos irmãos mártires, mas a nossa vingança contra a América será terrível”, afirmou ainda o ex-chefe da Guarda Revolucionária Mohsen Rezai, numa mensagem publicada no Twitter.
O chefe da diplomacia iraniana já tinha avisado que o ataque ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, constitui uma "escalada extremamente perigosa".
"O ato de terrorismo internacional dos Estados Unidos (...) é extremamente perigoso e uma escalada imprudente" das tensões, afirmou Mohammad Javad Zarif, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
Entretanto, a Rússia, França e China alertaram hoje para as consequências do assassínio em Bagdade do general iraniano e pediram calma a todas as partes envolvidas.
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