O avião presidencial pousou no aeroporto de Pequim, procedente de Seul, para uma visita de menos de 48 horas à China, país que o republicano criticou duramente antes da sua eleição, há exatamente um ano, com a acusação de que "roubou" milhões de empregos aos Estados Unidos.
Recentemente, no entanto, Trump mostrou-se entusiasmado pelo encontro com o presidente chinês Xi Jinping, pois a sua ajuda é essencial na sua missão contra a Coreia do Norte.
"Espero com muita impaciência a reunião com o presidente Xi", escreveu Trump no Twitter algumas horas antes de chegar a Pequim.
Xi Jinping conseguiu um novo mandato de cinco anos no recente congresso do Partido Comunista da China (PCCh) e está, portanto, à frente do país com maior população do mundo.
Donald Trump, que desceu do avião ao lado de Melania, visitará esta quarta-feira, acompanhado de Xi Jinping, a Cidade Proibida de Pequim, o antigo palácio dos imperadores chineses. Está também previsto um jantar com as esposas dos presidentes.
A parte política da viagem está programada para quinta-feira.
A China, responsável por 90% do comércio com a Coreia do Norte, está numa posição crucial para pressionar o regime de Kim Jong-Un, que em setembro realizou um novo teste nuclear.
O governo chinês comprometeu-se a aplicar estritamente as últimas sanções da ONU contra a Coreia do Norte, mas rejeita as ameaças de Donald Trump e defende um diálogo com o país vizinho.
Antes de viajar para a China, Trump fez em Seul uma nova advertência ao regime norte-coreano, com o apelo para que abandone o programa nuclear e saia do isolamento através da diplomacia.
Não nos subestimem", declarou Trump num discurso no Parlamento de Seul.
"Todas as nações responsáveis devem unir as suas forças para isolar o brutal regime da Coreia do Norte", insistiu Trump diante dos deputados sul-coreanos.
"Não se pode apoiar, fornecer ou aceitar", completou, em referência à China e à Rússia.
Aplaudido pelos parlamentares sul-coreanos, Trump advertiu que não deixará que "as cidades americanas sejam ameaçadas com a destruição".
"Chegou o tempo da força", disse o presidente americano.
A visita de Trump à Coreia do Sul foi marcada pelo clima de tensão que impera na península coreana, após a intensificação do programa nuclear norte-coreano.
Pyongyang realizou em setembro o sexto teste nuclear, o mais poderoso até agora, e lançou vários mísseis que teriam a capacidade de atingir o território americano.
No seu discurso, Trump chamou o regime de Pyongyang de "cruel ditadura", mas ofereceu ao líder norte-coreano "um caminho para um futuro melhor".
"As armas que está a desenvolver não lhe darão mais segurança. Está a colocar o seu regime diante de um grave perigo", alertou.
"Apesar de todos os crimes cometidos contra Deus e contra os homens, nós vamos oferecer-lhe um caminho para um futuro melhor".
No discurso, o presidente americano também ressaltou os vínculos do seu país com a Coreia do Sul.
'Bastante frustrado'
Na manhã desta quarta-feira, Trump foi obrigado a suspender uma tentativa de visita surpresa à Zona Desmilitarizada que divide a península da Coreia devido ao mau tempo, o que o deixou "bastante frustrado", segundo o governo americano.
A Casa Branca havia informado que o presidente não visitaria a zona, mas Trump deixou o seu hotel em Seul de manhã cedo e embarcou num helicóptero na base militar de Yongsan.
O helicóptero de Trump, o Marine One, chegou a decolar, mas teve de regressar devido ao mau tempo. O presidente ainda aguardou durante quase uma hora a melhoria do tempo, mas foi obrigado a cancelar a visita.
A visita à Zona Desmilitarizada - onde os soldados de Seul e Pyongyang ficam separados por uma faixa de segurança marcada por blocos de betão - é habitual na agenda dos presidentes americanos que viajam ao país.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, voou mais cedo para a região e ficou à espera de Trump na fronteira, uma zona repleta de terrenos cercados de arame, minas e barreiras, segundo a imprensa.
"A verdade é que ficou bastante frustrado", disse a porta-voz de Trump, Sarah Huckabee Sanders.
O encontro de Donald Trump e Moon Jae-In na Zona Desmilitarizada seria um "momento histórico", já que nunca os líderes dos dois países realizaram tal visita juntos.
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