Acusado pelas autoridades turcas de ligações ao terrorismo, o HDP, terceiro partido político no Parlamento, também está sob a ameaça de ser ilegalizado, numa altura em que faltam menos de seis meses das eleições presidenciais e legislativas.
A decisão nesse sentido deverá ser conhecida a 10 deste mês.
Segundo o canal de televisão privado turco NTV, o HDP tem direito a receber subvenções estatais no valor de 539 milhões de liras turcas (27 milhões de euros), com a obrigatoriedade de ser transferido para os cofres do partido um terço desse montante até ao próximo dia 10.
Segundo a imprensa turca, a decisão do Tribunal Constitucional de privar o HDP das subvenções públicas foi aprovada por oito votos a favor e sete contra.
Na acusação, o Ministério Público turco defendeu que a principal formação pró-curda está “organicamente” ligada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo armado descrito como “terrorista” por Ancara e pelos aliados ocidentais.
O HDP está sob repressão do poder desde 2016, quando o respetivo líder, Selahattin Demirtas, foi preso.
Em 2018, Demirtas foi condenado a quatro anos e meio de prisão e muitos líderes e simpatizantes do HDP também foram presos.
No final de novembro de 2022, o exército turco lançou uma série de ataques aéreos contra posições do PKK e outros combatentes curdos no norte do Iraque e na Síria.
Desde a década de 1990, quase uma dúzia de partidos pró-curdos foram banidos ou foram dissolvidos antes de serem suspensos.
O HDP obteve 12 por cento dos votos nas eleições legislativas de 2018, elegendo cerca de 60 dos 600 deputados à Grande Assembleia Nacional da Turquia, também chamada ‘Meclis’.
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