A iniciativa “espontânea e voluntária” surge depois de o presidente da Associação Nacional de Parceiros das Plataformas Alternativas de Transportes (ANPPAT), João Pica, ter anunciado na terça-feira que estes operadores iriam parar hoje, entre as 16:00 e as 20:00, em protesto contra a “perseguição pelas autoridades policiais” que dizem ter ocorrido na segunda-feira, dia de abertura da Web Summit, em Lisboa.

O presidente a ANPPAT explicou hoje à Lusa que se mantém a paragem de quatro horas e que, simultaneamente, neste período, quem quiser e puder, poderá deslocar-se para a zona norte do Parque das Nações, onde se realizará a concentração destes profissionais.

Na terça-feira, em declarações à Lusa, João Pica afirmou que no primeiro dia da cimeira da Web Summit, os motoristas destas plataformas de transporte foram vítimas de “perseguição pelas autoridades policiais” junto ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Com a paragem prevista para hoje em Lisboa, as plataformas de transporte pretendem criar “um caos na mobilidade urbana” para alertar também para o facto de a lei ainda não ter sido aprovada no parlamento.

“Se afetarmos uma percentagem dos transportes é óbvio que seremos ouvidos, porque vai despertar a atenção da organização da Web Summit”, declarou, na terça-feira, o responsável da ANPPAT.

Segundo João Pica, vários motoristas destas plataformas foram multados e a associação estima que as coimas totais ascendam já a um milhão de euros.

Contactada pela Lusa, a Uber refere que “não está envolvida na organização da paralisação”, mas diz respeitar “o direito que a comunidade de motoristas” tem de se manifestar.

“Esta situação reforça mais uma vez a urgência da aprovação, pela Assembleia da República, de um quadro regulatório moderno e transparente para a mobilidade em Portugal, que vá ao encontro das expectativas dos milhares de utilizadores que usam diariamente a Uber para viajar nas nossas cidades, e dos mais de 3.000 motoristas que encontram na Uber uma oportunidade económica. Esperamos que o maior evento tecnológico do mundo inspire Portugal para celebrar e não para punir a inovação”, afirmou Rui Bento, diretor geral da Uber para Portugal e Espanha.

A Uber, a Cabify e a Chofer querem um período de tolerância, porque a lei que regula estas plataformas já foi aprovada, mas ainda tem de ser discutida na especialidade.

De acordo com João Pica, cerca de 60% das viagens para a cimeira de tecnologia são asseguradas pelas plataformas alternativas de transportes.

Caso esta situação se continue a arrastar, os trabalhadores das plataformas alternativas de transportes têm previstas outras iniciativas, como marchas lentas pela capital portuguesa com as suas viaturas.

João Pica disse acreditar que a adesão à iniciativa “vai ser considerável, principalmente porque é um momento de grande procura em Lisboa, resultante da Web Summit, e da necessidade de mobilidade nestes dias”.

A Web Summit decorre até quinta-feira, no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.

Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal, participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil 'startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.

A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.

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