Camionistas e agricultores polacos protestam há várias semanas contra a entrada de camiões de carga ucranianos, pois consideram que os produtores deste país representam uma concorrência desleal devido aos seus preços reduzidos.

"Bloquear a fronteira é uma ameaça direta à segurança de um país que está a defender-se. Este tipo de ação tem um impacto negativo na nossa luta contra o inimigo comum chamado Rússia", afirmou Kubrakov num comunicado publicado no Facebook, poucos dias antes do segundo aniversário do início da invasão russa contra a ex-república soviética.

Seis postos de controlo estão bloqueados do lado polaco da fronteira, segundo o ministro.

Michal Derus, porta-voz da Câmara de Administração Tributária de Lublin (leste da Polónia), afirmou que "quase 600 camiões aguardam para sair da Polónia" na passagem de fronteira de Dorohusk e o "tempo de espera calculado para a saída deste número de camiões é de 232 horas".

O Ministério de Infraestruturas da Ucrânia também criticou o bloqueio de autocarros de passageiros. "As mulheres e as crianças que tornaram-se refugiados depois de fugir à guerra e que retornam para as suas casas, por diversos motivos, não podem tornar-se reféns de interesses comerciais", declarou Kubrakov.

"Esperamos ações concretas dos nossos colegas polacos para evitar estas situações e resolver o problema", acrescentou.

Desde novembro, os agricultores polacos têm bloqueado vários postos de fronteira com a Ucrânia e a tensão deve aumentar na terça-feira, dia de convocação de um protesto para fechar todas as passagens.

A Polónia é um dos principais apoios da Ucrânia na guerra contra a Rússia, mas a crise provocada pela proibição unilateral de Varsóvia à importação de cereais ucranianos abalou a relação diplomática.

Nos últimos dias, as autoridades polacas mencionaram a possibilidade de impor novas proibições à importação de produtos agrícolas ucranianos para proteger os seus agricultores.

Os transportadores polacos, que desejam que a UE restabeleça as restrições de entrada para os concorrentes da Ucrânia, prometeram que retomarão o bloqueio da fronteira caso as exigências não sejam atendidas.

A UE suspendeu a necessidade de autorizações de entrada para camionistas ucranianos como um gesto de solidariedade com Kiev, após a invasão russa.