“Eles têm tropas suficientes para [realizar] diferentes operações em diferentes secções da frente”, disse Andri Yusov, que classificou como “considerável” o número de militares russos destacados na Ucrânia.

Em declarações ao canal de televisão ucraniano Kyiv TV, Yusov também afirmou que a Rússia está a enviar mais armas aos seus soldados na Ucrânia e disse que o Kremlin continua a mobilizar pessoal para reforçar o exército.

De acordo com o próprio Estado-Maior da Ucrânia, a Rússia partiu para a ofensiva nas frentes oriental e nordeste e está a lançar ataques contínuos para continuar a ganhar terreno perto das cidades ucranianas de Avdivka, Marinka e Kupiansk, nos arredores de Donetsk.

As forças ucranianas continuam a resistir às fortes investidas russas junto à cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, segundo as autoridades de Kiev, que indicam que a batalha de Avdivka, na região, “é fundamental nesta guerra”.

“Houve muitas, mas penso que esta [Avdivka] é uma das mais importantes. Na minha opinião, é a última tentativa da Rússia de tomar a iniciativa na frente”, disse na segunda-feira Mikhailo Podoliak, conselheiro do Gabinete do Presidente da Ucrânia, à agência de notícias UNIAN.

Também hoje, a Rússia disse ter neutralizado três drones navais ucranianos no mar Negro, que pareciam ter como alvo a baía de Sebastopol, na península da Crimeia, anexada unilateralmente por Moscovo em 2014.

“Por volta das 04:00, horário local [02:00 em Lisboa], três lançamentos não tripulados do exército ucraniano foram detetados na parte norte do mar Negro”, disse o Ministério da Defesa russo.

“Foi realizado um ataque com sistemas de mísseis anti-desvio contra a zona” onde os drones navais foram detetados, acrescentou o ministério em comunicado, sem referir mais detalhes.

Na sequência deste incidente, medidas anti-desvio e para a deteção de minas estavam em curso na Baía de Sebastopol, porto de origem da frota russa do mar Negro na Crimeia, referiu o comunicado.

Os ataques com recurso a drones navais ou aéreos são comuns ao largo da Ucrânia e intensificaram-se desde que a Rússia se retirou, em julho, de um acordo que permitia as exportações de cereais da Ucrânia.

No início de setembro, Moscovo afirmou ter frustrado um ataque deste tipo que tinha como alvo a ponte que liga a Rússia à Crimeia, península anexada em 2014 e constantemente alvo de ataques ucranianos.

A ponte foi danificada duas vezes desde o início da ofensiva russa em 2022.

Também em setembro, o lançamento de mísseis ucranianos contra um estaleiro em Sebastopol danificou dois barcos em reparação e feriu 24 pessoas, de acordo com as autoridades russas.