Vários países ocidentais têm vindo a confirmar nos últimos dias o envio de tanques pesados para a Ucrânia, embora os números sejam ainda incertos.

O que está a acontecer?

A 23 de janeiro, o diretor do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, afirmou que a Ucrânia necessita de “centenas de tanques, e não 10 ou 20”, para fazer frente à agressão russa e voltar às fronteiras de 1991.

Numa mensagem divulgada na conta pessoal na rede social Telegram, Yermak acrescentou que só com mais tanques e material bélico é que será possível pôr cobro à ocupação russa da Crimeia e que o “inimigo pague pelos crimes”.

“É por isso que cada tanque capaz de combater deve estar na frente [de combate], porque esta não é apenas a frente ucraniana, mas sim a frente da civilização contra a barbárie”, acrescentou, salientando que o objetivo comum da democracia é “garantir um desenvolvimento estável”.

“O nosso objetivo comum é lutar contra a autocracia para garantir um desenvolvimento estável e uma ordem mundial. Sem uma vitória ucraniana nada disto será possível”, concluiu Yermak.

Que países já responderam ao apelo?

  • A Alemanha autorizou o envio de carros de combate Leopard 2 de fabrico alemão para os militares ucranianos combaterem a invasão russa e aprovou os pedidos de outros países no mesmo sentido, de acordo com um porta-voz do executivo de Berlim;
  • O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o envio de 31 tanques M1 Abrams para a Ucrânia, numa comunicação em que garantiu que os aliados “estão totalmente unidos” para ajudar Kiev;
  • A Noruega vai juntar-se ao grupo de países aliados que preparam o envio de tanques de fabrico alemão Leopard 2 para a Ucrânia, como forma de apoiar a resistência à invasão russa, anunciou o ministro da Defesa norueguês.

E Portugal? 

Ontem, a ministra da Defesa disse esperar uma decisão sobre o envio dos Leopard 2 do Exército português, "nos próximos dias", mas assegurou que Portugal ajudará Kiev a desenvolver a sua capacidade na área dos carros de combate.

"Nenhuma dúvida: Portugal vai participar e ajudar a Ucrânia a desenvolver a sua capacidade nesta área dos carros de combate Leopard 2", garantiu à agência Lusa Helena Carreiras, durante uma visita à Associação dos Deficientes das Forças Armadas de Castelo Branco.

Quanto ao envio dos tanques para a Ucrânia, a titular da Defesa disse que Portugal está ainda a avaliar a disponibilidade e os impactos que a cedência dos Leopard 2 teria nas capacidades do Exército português.

"Reafirmo que estamos a avaliar quer a nossa disponibilidade quer os impactos que teria também sobre as nossas capacidades, mas com toda a atenção e com a necessária prudência", declarou. "Não devemos nesse movimento perder capacidades", salientou.

O objetivo é, simultaneamente, ajudar a Ucrânia em articulação com os parceiros ocidentais, mas impedir que Portugal perca capacidade em termos da sua defesa.

"Estamos a fazer esse trabalho e espero que possamos ter uma decisão nos próximos dias", precisou.

Os tanques são o único pedido?

Não. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu esta quinta-feira aos aliados ocidentais o envio de mísseis de longo alcance e aviões de combate.

"Também devemos permitir a entrega de mísseis de longo alcance para a Ucrânia, isso é importante. Devemos também expandir a nossa cooperação em artilharia e [viabilizar] o envio de aviões de combate", disse Zelensky no seu discurso diário publicado nas redes sociais.

A Rússia está a reagir a este aumento do armamento?

A vice-ministra da Defesa ucraniana alertou na quarta-feira que a Rússia, em “superioridade numérica”, está “a intensificar” os ataques no leste da Ucrânia.

"Os combates estão a intensificar-se”, salientou Ganna Malear, referindo-se a ataques na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, em áreas ao redor de Bakhmut, que as tropas de Moscovo tentam conquistar há vários meses, mas também em Vougledar.

"A intensidade da luta está a aumentar”, insistiu Malear numa mensagem na rede social Telegram.

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