A interrupção do fornecimento de energia, restabelecida horas depois, obrigou à utilização de geradores de emergência a gasóleo para arrefecer a central, “o que aumentou muito o risco de acidente nuclear nas últimas horas”, lamentou Borrell à margem de um encontro europeu em Estocolmo.

“Trata-se de uma grave violação à segurança nuclear, provocada pela Rússia. Zaporijia é a maior central nuclear da Europa. E a Rússia pôs em risco a segurança de todo o continente europeu, inclusive a própria Rússia”, alertou o Alto Representante para a Política Externa da União Europeia (UE).

A central nuclear de Zaporijia, ocupada pelo exército russo no sul da Ucrânia, ficou sem eletricidade na sequência de um ataque russo realizado durante a madrugada.

“A última linha de comunicação entre a central nuclear ocupada de Zaporijia e a rede elétrica ucraniana foi cortada devido aos ataques de mísseis” russos, indicou hoje de manhã a Energoatom, empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, precisando na mesma ocasião que geradores de emergência, a gasóleo, estavam a garantir a alimentação mínima da central.

Os 20 geradores de emergência foram ativados, com ‘stocks’ de emergência que permitem operar durante 15 dias.

Sem a eletricidade produzida por esses geradores, o superaquecimento do combustível do reator pode causar rapidamente um acidente nuclear, um cenário idêntico ao de Fukushima, no Japão, em 2011.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).