Com muitas bandeiras da Ucrânia e de Portugal e com o mote “Uma Europa Unida de Kiev à Lisboa”, cerca de 30 ucranianos participaram hoje na manifestação organizada pela Associação dos Ucranianos em Portugal (ACP), cujo líder Pavlo Sadokha manifestou à Lusa a gratidão da comunidade pelo apoio da generalidade dos partidos políticos portugueses em relação à Ucrânia e condenação da agressão russa, em fevereiro de 2022.
“Hoje, estamos aqui nesta praça para pedir aos portugueses, que vão em breve votar nos deputados dos partidos políticos que vão representar Portugal na União Europeia, para eles escolherem os partidos que queiram paz na Europa, que queiram ajudar a defender a Europa contra a agressão russa e que queiram ver a Ucrânia na União Europeia”, disse Sadokha.
“Alguns partidos, como PS e PSD, querem ajudar a Ucrânia e agradecemos muito a estes maiores partidos políticos, que desde o início da invasão de larga escala [pela Rússia] sempre apoiaram a Ucrânia e sempre apoiaram receber refugiados da Ucrânia”, adiantou.
A manifestante ucraniana Lyudmyla Panasyuk disse à Lusa que a maior parte dos portugueses “são boas pessoas, apoiam e percebem que a guerra é uma coisa muito má para a sociedade”, mas lamentou que alguns estejam “a colaborar com russos e embaixadas russas”.
Lyudmyla relembrou o esforço dos soldados ucranianos, inclusive do seu filho, que está na frente de combate.
“O meu filho está no combate, na linha de frente. Eles estão exaustos e nós também estamos cansados. Se pensarmos neles, temos que procurar recursos para continuar a lutar”, disse à Lusa.
Mykola Shymonyak, também manifestante ucraniano, sublinhou a importância da presença da Ucrânia na UE.
“Estamos aqui unidos, no Dia da Europa, para mostrar que a Europa não é só” os atuais países-membros, e que a Ucrânia em si gostaria muito de estar na União Europeia”, afirmou à Lusa.
Como cidadão português, Mykola vai votar nas eleições europeias, mas se a Ucrânia entrar na UE, votaria “com todo o gosto” como cidadão ucraniano.
As eleições para o Parlamento Europeu decorrerão entre 06 e 09 de junho, sendo o último dia aquele em que os portugueses irão às urnas para escolher os seus 21 representantes.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
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