“Estamos bastante preocupados com a saúde de Alexei Navalny. Depois do alegado envenenamento de [quinta-feira], desejamos-lhe uma rápida e completa recuperação, e esperamos uma investigação rápida, independente e transparente”, declarou a porta-voz da Comissão Europeia a para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Nabila Massarli.
Respondendo aos jornalistas na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, a responsável sublinhou que, “se confirmado [o envenenamento], os responsáveis devem ser julgados”.
Além disso, Nabila Massarli indicou que a UE “acredita que as autoridades russas irão respeitar as normas para permitir que Alexei Navalny seja rapidamente transferido para o estrangeiro de forma a receber tratamento médico, como solicitado pela sua família”.
“Estamos satisfeitos pela disponibilidade dos serviços médicos da Alemanha para receber Alexei Navalny e lhe prestar tratamento”, frisou a porta-voz.
Falando em nome do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a porta-voz deu ainda conta de que a delegação da UE em Moscovo está “em contacto próximo com o gabinete de Alexei Navalny e irá seguir a situação atentamente”.
Alexei Navalny, um dos principais críticos do Presidente russo, Vladimir Putin, continua em coma nos cuidados intensivos após uma suspeita de envenenamento que os seus aliados relacionada com a sua atividade política e que acreditam ter sido arquitetada pelo Kremlin.
Entretanto, os médicos russos que acompanham o político da oposição Alexei Navalny disseram hoje não ter encontrado nenhuma indicação de que o crítico do Kremlin tenha sido envenenado.
Também hoje, os médicos russos recusaram a transferência do político da oposição Alexei Navalny para um hospital de Berlim, na Alemanha, alegando que a sua condição “é instável” e esta transferência “não seria adequada”.
Omsk fica a cerca de 4.200 quilómetros a leste de Berlim, um voo que seria de aproximadamente seis horas.
Navalny, de 44 anos, adoeceu num voo de regresso da cidade siberiana de Tomsk para Moscovo na quinta-feira e foi levado para um hospital, depois de o avião fazer uma aterragem de emergência em Omsk.
Como muitos outros políticos da oposição na Rússia, Navalny foi frequentemente detido pela polícia e ameaçado por grupos pró-Kremlin. Em 2017, foi atacado por vários homens que lhe atiraram antissético para o rosto, ferindo-o num olho.
Em 2019, Navalny foi levado urgentemente da cadeia, onde cumpria pena após uma prisão administrativa, para um hospital, tendo os seus colaboradores manifestado, na altura, suspeitas de envenenamento. Os médicos disseram ter-se tratado de um grave ataque alérgico e mandaram-no para a prisão no dia seguinte.
Navalny fez campanha para desafiar Putin na eleição presidencial de 2018, mas foi impedido de concorrer.
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