“Eu falei muito bem com o doutor Pedro Passos Coelho, tínhamos muitas divergências, tivemos muitas posições críticas”, disse  em declarações aos jornalistas no 37.º Congresso Nacional do PSD, que terminou hoje e decorreu no Centro de Congressos de Lisboa.

O secretário-geral da UGT salientou que “as divergências com o Governo foram sempre ultrapassadas através do diálogo”, e que o facto de as duas organizações estarem em desacordo “não significa que efetivamente não exista democracia”.


As imagens que marcaram o 37.º congresso do PSD


“A democracia é cada um poder dizer aquilo que pensa, aquilo que acha que deve ser a sua visão de futuro, a sua estratégia. Foi isso que fizemos com o doutor Passos Coelho, é isso que eu faço com o doutor António Costa, que fiz com o doutor Portas e que faço agora com a doutora Assunção Cristas. Fiz com o doutor Passos e vou fazer naturalmente com o doutor Rio”, precisou.

O dirigente salientou que o diálogo “até agora foi fácil, ao longo de 40 anos de história com todos os Governos, fossem eles sociais-democratas, socialistas, com o CDS ou sem o CDS”.

“E portanto espero que os próximos 40 anos em que a UGT exista, continue com qualquer Governo a ter naturalmente a nossa intervenção na sociedade portuguesa, que ninguém nos pode tirar”, vincou Carlos Silva.

O líder da UGT adiantou que irá acompanhar também “com interesse aquilo que for o resultado, sobretudo de um abaixamento de uma certa conflitualidade verbal que tem existido nos últimos anos”, desejando um “diálogo social”, que “não pode ter bloqueios”.

Neste último dia da reunião magna do PSD, o dirigente sindical referiu que “é com satisfação” que acompanha “a participação dos trabalhadores social-democratas, que são um componente fundamental daquilo que é o espírito UGT”.

Na opinião do responsável, estes trabalhadores “têm tido uma postura” dentro da central, que “reforça claramente a coesão e a unidade”.

Questionado sobre a recusa de um Bloco Central por parte do presidente eleito dos sociais-democratas, Carlos Silva não quis comentar intervenções político-partidárias.

Ainda assim, o dirigente sindical salientou apenas que do seu ponto de vista “importa é que a concertação social funcione”.

“E para que ela funcione, a para que a UGT continue a ter peso determinante naquilo que é o diálogo social em Portugal, importa que esteja coesa e que esteja unida”, rematou, acrescentando que na organização que lidera socialistas e sociais-democratas convivem “muito bem, de forma pacífica, coesa, forte”.

O 37.º Congresso do PSD, que se iniciou na sexta-feira, terminou com o discurso de encerramento do presidente Rui Rio.