Nos parques nas imediações do santuário já acampam fiéis e estacionam-se autocaravanas, mas ainda sobram muitos lugares, um contraste com a peregrinação de 12 e 13 de maio de 2017, quando passavam 100 anos sobre os acontecimentos na Cova da Iria, constatou hoje a agência Lusa.
“A confusão era total”, recordou José Cunha, de 72 anos, que, à semelhança do ano passado, cedo se instalou para as celebrações da primeira grande peregrinação do ano ao maior templo mariano do país.
Acompanhado da mulher, o peregrino, de Vizela, distrito de Braga, chegou na segunda-feira de manhã a Fátima e espera regressar a casa no domingo, após as cerimónias religiosas.
“Há um ano estava precisamente aqui”, no mesmo parque, relatou José Cunha, explicando que, apesar dos milhares de peregrinos e da confusão, conseguiu ver o Papa Francisco duas vezes.
Sobre mais uma deslocação à cidade-santuário, o peregrino justifica-se: “Fátima é onde me sinto bem, mas não é só rezar. Sinto-me em paz”.
Depois de elencar os locais que vai percorrendo pela cidade por estes dias, José Cunha acrescentou que a mulher cumpre uma promessa, depois de ter visto ultrapassado um problema nos pés.
“Milagre, coincidência, medicamentos?”, pergunta-se, saindo-lhe esta resposta imediatamente: “Não sei explicar”.
Não muito distante da autocaravana de José Cunha estava a de Manuel Mendes, de 64 anos, de Lousada, Porto, que à pergunta “onde estava a 13 de maio de 2017″, responde com um sorriso de grande satisfação: “Estava aqui, vi o Papa, estive à beirinha dele”.
“Foi um momento especial”, confessou Manuel Mendes, desde sábado a residir na autocaravana em Fátima.
Sentado no interior de uma tenda, Américo Bonito Santos, peregrino de 69 anos da Póvoa do Varzim, distrito do Porto, adivinha a questão com a frase “também vi” o Papa Francisco, como também viu os antecessores Bento XVI e João Paulo II em Fátima.
“Há 40 anos que nunca faltei a uma peregrinação de maio”, afiançou Américo Bonito Santos, na “casa” que tornou a montar para a peregrinação e onde manifestou à Lusa um carinho especial pelo Papa João Paulo II, que peregrinou três vezes a Fátima.
Do sul, de Poceirão, distrito de Setúbal, o casal Rosália e Pascoal Marques chegou na quarta-feira a Fátima “para ficar até domingo”.
“Fátima é Fátima”, afirmou Pascoal, de 56 anos, sem mais delongas, para apenas precisar que, sempre que se faz a norte na autocaravana, a primeira noite é, invariavelmente, na cidade-santuário.
A mulher, Rosália de 57 anos, acompanhou a peregrinação do Papa Francisco pela televisão.
“Vi na televisão, com pena de não estar cá, vi tudo”, contou Rosália Marques.
A peregrinação internacional aniversária de maio ao Santuário de Fátima, no distrito de Santarém, é presidida pelo cardeal John Tong, bispo emérito de Hong Kong, e tem como tema “Tempo de graça e misericórdia: dar graças pelo dom de Fátima”.
As cerimónias, 101 anos depois dos acontecimentos na Cova da Iria, começam às 18:30 de sábado, na Capelinha, e três horas mais tarde é recitado o terço, seguido da procissão das velas e missa.
A peregrinação termina no domingo com missa, bênção dos doentes e procissão do adeus, a partir das 10:00.
Comentários