No último dia de fevereiro de 2020, em entrevista ao jornal Expresso, Graça Freitas admitia que, no pior cenário possível, seriam infetados com covid-19 um milhão de portugueses, sendo que na semana mais crítica poderia haver 21.000 casos. Em janeiro deste ano só num dia foram contabilizados mais de 16.000 infeções.
A previsão suscitou na altura polémica e apreensão. Graça Freitas convocou uma conferência de imprensa para dizer que afastava “completamente” a hipótese de um milhão de infetados.
Portugal não tinha então sequer um único caso confirmado de infeção pelo novo coronavírus, mas passado um ano e meio a situação é bem diferente.
São os seguintes, cronologicamente, os principais momentos da pandemia em Portugal de março do ano passado a hoje:
2020
2 de março - A ministra da Saúde anuncia os dois primeiros casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus. Os funcionários públicos são colocados em teletrabalho ou isolamento profilático sem perda de salário.
5 de março - A TAP anuncia que vai cancelar mais de mil voos em março e abril. É a queda a pique de viagens de avião em todo o mundo.
9 de março - São anunciados em catadupa adiamentos e cancelamentos de iniciativas diversas, são encerrados ou condicionados os acessos a alguns serviços públicos e condicionadas visitas a hospitais, e escolas de norte a sul suspendem as aulas presenciais, incluindo universidades.
No Algarve são canceladas 60% das reservas dos hotéis, o início da maior queda no turismo e restauração alguma vez sentida.
O ministro da Administração Interna anuncia a suspensão de todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas pela covid-19 em Itália e recomenda a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas ou em espaços fechados com mais de mil.
11 de março - O número de infeções em Portugal passa para 59, quando a Organização Mundial de Saúde declara a doença covid-19 como pandemia.
12 de março - O Governo decide que as escolas de todos os graus de ensino suspendem as atividades presenciais. É anunciado o encerramento de discotecas, redução da lotação na restauração e limitação de pessoas em centros comerciais. É o início da crise no setor da restauração e diversão noturna.
13 de março - O Presidente da República promulga o diploma do Governo com medidas extraordinárias.
A Conferência Episcopal Portuguesa suspende as missas, catequeses e outros atos de culto.
15 de março - Marcelo Rebelo de Sousa convoca o Conselho de Estado para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.
16 de março - O número de infetados sobe para 331, no dia em que é anunciada pela ministra da Saúde a primeira morte no país, um homem de 80 anos que tinha várias patologias associadas.
18 de março - O Presidente da República decreta o estado de emergência por 15 dias, que contempla o confinamento obrigatório e restrições à circulação na via pública.
19 de março - O Conselho de Ministros (CM) decide que os estabelecimentos com atendimento público devem encerrar e o teletrabalho é generalizado.
21 de março - Com o país em casa surgem as primeiras notícias de infeções em lares. As infeções e mortes em lares serão uma constante a partir de então.
2 de abril - A Assembleia da República aprova a proposta do Presidente da República, da véspera, que prolonga o estado de emergência até ao final do dia 17 de abril.
Entre as novas medidas está a proibição de deslocações para fora do concelho de residência no período da Páscoa e o encerramento de todos os aeroportos no mesmo período a voos de passageiros.
O Governo anuncia também que vai propor um perdão parcial de penas para crimes menos graves e agilização de indultos presidenciais, para evitar propagação do vírus nas cadeias. Serão libertados até fins de abril 1.867 reclusos.
9 de abril - O primeiro ministro anuncia que até ao 9.º ano todo o terceiro período prosseguirá com ensino à distância, mantendo-se os apoios às famílias com filhos menores de 12 anos. As aulas na RTP Memória começam a 20 de abril.
16 de abril - Marcelo Rebelo de Sousa propõe ao parlamento a segunda prorrogação do estado de emergência, para vigorar até 02 de maio. O parlamento aprova o decreto.
25 de abril - Um parlamento mais reduzido em termos de deputados e convidados faz um minuto de silêncio pelas vítimas da covid-19, nas comemorações do 25 de Abril.
30 de abril - O Governo aprova em Conselho de Ministros um plano de transição do estado de emergência para uma situação de calamidade.
Serviços culturais começam a abrir, mas continua o teletrabalho, os transportes públicos circulam com menos pessoas e as máscaras são obrigatórias, ajuntamentos e mais de 10 pessoas são proibidos e abrem com condições serviços públicos, tudo a partir de dia 04 de maio.
No calendário de desconfinamento fica para 18 de maio a abertura de restaurantes e cafés e início das aulas presenciais no 11.º e 12.º ano. As creches podem começar a abrir nessa data.
2 de maio - Termina o terceiro período do estado de emergência, que começou a 18 de abril e começa no dia seguinte a situação de calamidade.
7 de maio - O Governo anuncia a proibição de festivais de música e eventos análogos até setembro.
13 de maio - As tradicionais celebrações católicas em Fátima decorrem "à porta fechada".
15 de maio - O Governo prolonga a situação de calamidade até final do mês. Decide também regras de distanciamento para as praias a partir de 06 de junho.
Uso de máscaras nas escolas e transportes públicos é obrigatório a partir dos 10 anos.
16 de maio - Portugal regista 1.203 mortes e 28.810 infeções.
Ao contrário do que pedia em março, o primeiro-ministro solicita que os portugueses regressem às ruas, frequentando lojas, restaurantes e cafés, embora com cautelas.
29 de maio - O Governo aprova a terceira fase do plano de desconfinamento, com restrições e regras especiais para a área de Lisboa, devido ao aumento de casos de covid-19.
Aprova também o prolongamento da situação de calamidade até 14 de junho, o fim do dever cívico de recolhimento a partir de 01 de junho, os julgamentos presenciais a partir de 03 de junho, e a utilização da capacidade normal dos restaurantes, desde que assegurem distância e usem acrílico entre clientes.
3 de junho - António Costa diz no parlamento que os custos económicos e sociais provocados pela covid-19 "são absolutamente brutais" e que todos os indicadores apontam para uma queda "recorde" do Produto Interno Bruto (PIB) e uma subida "exponencial" do desemprego.
Os números e estimativas sobre a queda económica surgem quase diariamente, incluindo o PIB, a dívida pública ou o défice, mas também números das áreas da produção, das vendas, da hotelaria e restauração. Em todos os casos o cenário é muito negativo.
Recomeça a I Liga de Futebol, à porta fechada, com um jogo entre o Portimonense e o Gil Vicente.
4 de junho - É aprovado pelo Governo o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), bem como medidas de apoio social e a contratação de mais profissionais de saúde.
9 de junho - É aprovado o Orçamento Suplementar para 2020, que é entregue no mesmo dia no parlamento. A proposta reforça o orçamento do SNS e contempla um apoio à TAP.
10 de junho - O Dia de Portugal é assinalado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, com apenas dois oradores e seis convidados. Marcelo Rebelo de Sousa diz que é tempo de Portugal acordar para a nova realidade e fazer as mudanças que se impõem.
18 de junho - O Governo aprova o prolongamento do 'lay-off' simplificado até final de julho e novos apoios às empresas até ao final do ano.
Identificado um primeiro caso de infeção no Lar de Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, um surto que vai causar grande polémica.
1 de julho - Portugal passa a situação de alerta, exceto a Área Metropolitana de Lisboa, que permanece em estado de contingência. Dentro da AML, 19 freguesias de cinco concelhos permanecem em estado de calamidade, devido aos números elevados de infeções.
15 de julho - A situação de calamidade é renovada em 19 freguesias da área metropolitana de Lisboa por mais 15 dias, assim como as de contingência na AML e de alerta no resto do país.
O primeiro-ministro diz que o país não aguenta um segundo confinamento.
Desde o início da pandemia registam-se 47.426 casos de infeção confirmados e 1.676 mortes.
30 de julho - O Governo anuncia que as 19 freguesias da AML em situação de calamidade vão passar à situação de contingência. O Conselho de Ministros aprova que bares e discotecas possam funcionar com as regras aplicadas a cafés e pastelarias.
O Governo autoriza também a retoma das modalidades desportivas de pavilhão, mas sem público.
3 de agosto - Portugal regista o primeiro dia sem vítimas mortais por covid-19 desde 16 de marçoço, quando se registou a primeira vítima.
12 de agosto - Arranca a fase final da Liga dos Campeões, disputada em Lisboa, sem público.
27 de agosto - O Governo anuncia que todo o território continental passa a situação de contingência a partir de 15 de setembro devido ao regresso às aulas e ao trabalho presencial.
4 de setembro - Arranca a Festa do Avante, com a lotação máxima do recinto reduzida a um terço e depois de vários dias de polémica sobre a sua realização.
9 de setembro - Portugal regista o maior número de contágios diários desde 20 de abril, com 646 novos casos. As autoridades de saúde justificam números com aumento da mobilidade.
10 de setembro - Conselho de Ministros aprova medidas a aplicar na situação de contingência, em que Portugal continental entra em 15 de setembro. Ajuntamentos e horários do comércio com limitações. Os recintos desportivos continuam sem público.
14 de setembro - O ano letivo no ensino básico e secundário arranca com o regresso das aulas presenciais e obrigatoriedade de uso de máscara nas escolas e regras específicas de circulação e uso dos espaços.
15 de setembro - Portugal continental entra em situação de contingência até 30 de setembro.
18 de setembro - O primeiro-ministro convoca o gabinete de crise para reunião de urgência face ao aumento contínuo de novos casos diários.
Arranca a I Liga de Futebol, sem público nos estádios.
24 de setembro - O Conselho de Ministros prolonga a situação de contingência em Portugal continental até 14 de outubro devido ao aumento de casos.
25 de setembro - A Direção-Geral do Orçamento revela que a pandemia custou até ao final de agosto 2.521,7 milhões de euros ao Estado.
10 de outubro - Nos números da pandemia atinge-se o número máximo de infeções diárias alguma vez registado, 1.646 novos casos.
13 de outubro - A Federação Portuguesa de Futebol revela que o capitão da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo, testou positivo. Casos de jogadores de futebol, ou outros desportistas, infetados tornam-se habituais.
14 de outubro - Portugal passa da situação de contingência para situação de calamidade, anuncia o primeiro-ministro em dia de reunião do Governo, justificando com a gravidade da evolução da pandemia.
São proibidos ajuntamentos de mais de cinco pessoas na via pública e eventos familiares (como casamentos) não podem ter mais de 50 pessoas. Ficam também proibidos os festejos académicos.
António Costa anuncia que o Governo vai apresentar ao parlamento uma proposta para que seja obrigatório o uso de máscara na via pública e a utilização da aplicação 'stayaway' covid. A questão da obrigatoriedade da utilização da aplicação levanta polémica e o Governo retira a proposta.
22 de outubro - Bate-se novo recorde de casos, 3.270. Os internamentos hospitalares também atingem em 24 horas os valores máximos registados desde marçoço, num total de 1.365.
Em Conselho de Ministros, o Governo proíbe a circulação entre concelhos no continente no fim de semana do Dia de Finados. E decreta que os concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, devido ao aumento de casos, tenham em vigor o dever de permanência no domicílio a partir do dia seguinte.
28 de outubro - Passa a ser obrigatório o uso de máscaras em espaços públicos.
31 de outubro - O Governo reúne-se durante todo o dia para avaliar a situação e anuncia o confinamento parcial em concelhos com mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. São abrangidos 121 municípios.
2 de novembro - O primeiro-ministro propõe ao Presidente da República um estado de emergência de "natureza preventiva", mais limitado do que os anteriores, mas mais longo.
5 de novembro - O Presidente da República propõe ao parlamento a declaração do estado de emergência em Portugal entre 09 e 23 de novembro, o qual permite restrições à liberdade de deslocação e recurso ao setor privado da saúde. O projeto permite também impor controlos de temperatura corporal e testes de diagnóstico do vírus.
8 de novembro - O Governo aprova em CM extraordinário a possibilidade de exigir testes rápidos à covid-19 em estabelecimentos de saúde, lares, escolas, prisões e nas chegadas a Portugal por via aérea ou marítima. O primeiro ministro diz que dois terços dos contágios acontecem em contexto familiar e que as escolas representam 03% dos contágios.
9 de novembro - Decretado a partir deste dia o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos 121 municípios mais afetados. No fim de semana o recolher obrigatório nesses concelhos é a partir das 13:00.
12 de novembro - O primeiro-ministro anuncia o encerramento do comércio e restauração às 13:00 nos dois fins de semana seguintes e explica que a abertura dos estabelecimentos só pode ocorrer a partir das 08:00. "A regra é tudo fechado", disse.
13 de novembro - A ministra da Saúde diz que dos 3.250 mortos por covid-19 desde o início da pandemia 1.090 estavam em lares de idosos.
19 de novembro - O Presidente da República propõe ao parlamento renovar a declaração do estado de emergência em Portugal, de 24 de novembro até 08 de dezembro. O projeto permite o confinamento compulsivo de pessoas infetadas ou em vigilância ativa, assim como o encerramento total ou parcial de estabelecimentos, serviços e empresas.
20 de novembro - O parlamento autoriza a renovação do estado de emergência. Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país, diz que não hesitará em prolongá-lo o tempo que for necessário.
21 de novembro - Passa a ser obrigatório o uso de máscara nos locais de trabalho. O Governo anuncia também que a circulação entre concelhos vai ser proibida nos fins de semana prolongados e impõe restrições no comércio e restauração para o mesmo período.
24 de novembro - Portugal ultrapassa os 500 internamentos em unidades de cuidados intensivos de pessoas diagnosticadas com covid-19, tendo igualmente subido para 3.275 os internamentos em enfermaria, segundo a DGS.
2 de dezembro - A ministra da Saúde anuncia a compra de mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, que devem começar a chegar em janeiro e que serão gratuitas e facultativas.
3 de dezembro - É apresentado o plano de vacinação, coordenado por Francisco Ramos. Os grupos prioritários serão pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais. Numa primeira fase serão vacinadas 950 mil pessoas.
O Presidente da República envia para o parlamento o projeto de decreto que renova o estado de emergência de 09 a 23 de dezembro, mas anuncia já nova renovação até 07 de janeiro de 2021. É aprovado no dia seguinte.
5 de dezembro - A circulação entre concelhos será permitida entre 23 e 26 de dezembro, e na véspera e no dia de Natal poderá circular-se na via pública até às 02:00, anuncia o primeiro-ministro. Há mais facilidades na restauração no Natal e Ano Novo mas até ao Natal há novas proibições de circulação nos fins de semana em concelhos de risco.
7 de dezembro - Portugal ultrapassa as cinco mil mortes relacionadas com a pandemia de covid-19.
10 de dezembro - Governo aprova pacote de medidas de apoio as empresas.
17 de dezembro - O Presidente da República decreta a renovação do estado de emergência até 07 de janeiro e pede aos portugueses bom senso na celebração do Natal.
O primeiro-ministro anuncia que as celebrações do Ano Novo são totalmente cortadas, mas mantêm-se os horários da restauração no Natal.
20 de dezembro - O Governo decreta restrições à entrada em Portugal de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, só permitida a nacionais ou legalmente residentes, devido a nova variante da covid-19, mais transmissível, detetada no país.
21 de dezembro - A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprova a utilização da vacina da Pfizer-BionNTech contra a covid-19.
22 de dezembro - O parlamento aprova o diploma do PSD que renova por mais três meses o uso obrigatório de máscara em espaços públicos.
27 de dezembro - O plano nacional de vacinação contra a covid-19 arranca no Hospital de São João, no Porto.
29 de dezembro - Portugal ultrapassa os 400 mil casos de infeção por covid-19. No mês de dezembro o número diário de mortes oscilou entre os 50 e os 90 e as infeções entre as duas e as quatro mil.
2021
4 de janeiro - Começa em Mação a vacinação nos lares de idosos do continente.
5 de janeiro - O Conselho de Ministros dá parecer favorável ao decreto presidencial que propõe a renovação do estado de emergência, de oito a 15 de janeiro. O Presidente propõe a renovação ao parlamento, que a aprova no dia seguinte.
6 de janeiro - A EMA aprova a utilização da vacina da farmacêutica Moderna contra a covid-19 na União Europeia.
8 de janeiro - Portugal tem valores recorde, com 118 mortos e 10.175 infeções num só dia.
12 de janeiro - António Costa fala de um confinamento geral de um mês após participar em reunião para avaliar situação.
O Presidente da República propõe ao parlamento modificar o estado de emergência em vigor e renová-lo por mais quinze dias, até 30 de janeiro. No diploma salvaguarda a livre circulação no dia das eleições presidenciais e prevê votação nos lares de idosos.
13 de janeiro - O parlamento aprova a renovação do estado de emergência até 30 de janeiro e o Presidente decreta a nova medida.
O primeiro-ministro anuncia que as escolas se mantêm abertas, mas que o país regressa ao dever de recolhimento domiciliário em moldes idênticos aos de marçoço e abril de 2020.
16 de janeiro - Portugal contabiliza 166 mortes e 10.947 novas infeções em 24 horas. O hospital da Santa Maria, em Lisboa, está em "sobre-esforço" e o hospital Garcia de Orta, em Almada, em "cenário de pré-catástrofe", anunciam os responsáveis das unidades. Os hospitais de região Centro estão também praticamente no limite.
18 de janeiro - Portugal é o país do mundo com maior número de novos casos de infeção por milhão de habitantes, segundo "sites" estatísticos. O número de concelhos em risco extremo devido ao número de casos de covid-19 quase triplicou nos primeiros 12 dias de janeiro.
O Governo anuncia o encerramento das universidades seniores, centros de dia e de convívio, de novo a proibição de circular entre concelhos nos fins de semana e o fim de vendas ao postigo na restauração. As escolas continuarão abertas.
21 de janeiro - O Governo anuncia o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino por 15 dias, para tentar conter o crescimento da pandemia. Os tribunais, as lojas do cidadão, as creches e os ateliers de tempos livres também voltam a encerrar.
A Conferência Episcopal Portuguesa suspende as missas e outras atividades pastorais.
24 de janeiro - Eleições presidenciais. Portugal regista mais 275 mortes.
27 de janeiro - Hospital Amadora-Sintra transfere doentes para outros hospitais na sequência de problemas na rede de oxigénio medicinal.
O Governo suspende voos de e para o Brasil, devido à deteção de uma nova estirpe de covid-19 no país.
28 de janeiro - O parlamento aprova a renovação do estado de emergência e o Presidente decreta a renovação até 14 de fevereiro.
O Conselho de Ministros aprova medidas de limitação de circulação para fora do país e dentro do território e repõe controlo das fronteiras terrestres. Decide que a aulas recomeçam a 08 de fevereiro em regime não presencial e mantém todas as restrições em vigor nos últimos 15 dias. Aprova também a possibilidade de contratação de médicos e enfermeiros formados no estrangeiro.
Surgem as primeiras notícias de utilização indevida de vacinas, dadas a pessoas não incluídas nos grupos prioritários.
Portugal tem, em 24 horas, mais 303 mortes relacionadas com a covid-19 e 16.432 casos de infeção. É o máximo alguma vez registado.
29 de janeiro - A EMA aprova a utilização da vacina da farmacêutica AstraZeneca.
3 de fevereiro - Chega a Portugal uma equipa clínica alemã, formada por 26 profissionais, para ajudar a conter a pandemia.
Demite-se o coordenador da 'task force' para o plano de vacinação, Francisco Ramos, substituído pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.
8 de fevereiro - Os números de novas mortes e de infeções começam a baixar significativamente. Portugal tem mais 196 mortes e 2.505 casos de infeção. A pressão sobre os hospitais começa também a baixar, com menos internamentos e menos pessoas em cuidados intensivos.
10 de fevereiro - O Presidente da República propõe ao parlamento (que aprova no dia seguinte) a renovação do estado de emergência por mais 15 dias, até 01 de março.
11 de fevereiro - O primeiro-ministro anuncia após reunião do CM que o nível de confinamento terá de ser mantido durante o mês de março (algo que o Presidente também diz no mesmo dia). António Costa diz também que Portugal vai receber menos de metade das vacinas contra a covid-19 que estavam previstas para o primeiro trimestre.
19 de fevereiro - Mais de 40% das mortes em Portugal entre o fim de janeiro e o princípio de fevereiro foram atribuídas à covid-19, divulga o Instituto Nacional de Estatística.
Promotores de espetáculos e festivais pedem apoios. O setor cultural é dos mais afetados pela pandemia.
23 de fevereiro - A DGS divulga que perto de 250 mil portugueses já receberam as duas doses da vacina para a covid-19, o que corresponde a 03% da população.
24 de fevereiro - O Presidente da República propõe ao parlamento renovar o estado de emergência até 16 de março (que é aprovado no dia seguinte) e defende que o futuro desconfinamento deve ser planeado por fases.
26 de fevereiro - Portugal regista 58 mortes e 1.027 novas infeções, o valor mais baixo de infeções desde outubro de 2020. O INE assinala uma "diminuição acentuada" de novos contágios desde fim de janeiro.
Após reunião do CM o Governo aprova o decreto regulamentar do estado de emergência sem alterações e mantém a situação de confinamento e de todas as medidas em vigor. O primeiro-ministro diz que apresentará a 11 de março um plano de desconfinamento, que será gradual.
2 de março – Portugal entra no 12.º estado de emergência que vigora até 16 de março, com as mesmas regras. Precisamente um ano antes tinham sido anunciados os dois primeiros casos de infeção em Portugal.
5 de março – Portugal ultrapassa um milhão de vacinas contra a covid-19 administradas, das quais 284 mil segundas doses, divulga o Governo.
8 de março – Portugal tem o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus mais baixo da Europa, com um valor estimado para os últimos cinco dias de 0,74 para o território. O Reino Unido prepara-se para reforçar a realização de testes devido a uma variante do vírus nova, detetada primeiro na África do Sul.
11 de março – A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprova a vacina Janssen da covid-19, produzida pela farmacêutica Johnson&Johnson.
O Infarmed garante que os benefícios da vacina da AstraZeneca continuam a ser superiores ao risco e mantém as recomendações para a sua utilização, depois de vários países a terem suspendido por suspeitas de riscos de coagulação sanguínea. A EMA manifesta a mesma posição.
O Presidente da República decreta a renovação do estado de emergência por mais 15 dias, até 31 de março, após autorização do parlamento.
A Conferência Episcopal Portuguesa anuncia que as missas com presença de fieis são retomadas dia 15.
O Governo anuncia que vai autorizar a prática de todas as modalidades desportivas a partir de 03 de maio.
13 de março – Testes rápidos de deteção da covid-19 passam a poder ser comprados em farmácias e locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita.
15 de março – O uso da vacina da Astrazeneca é suspenso por “precaução” em “saúde pública”, anunciam as autoridades.
18 de março – A EMA assegura que a vacina da AstraZeneca é “segura e eficaz”. Portugal retoma a administração da vacina.
19 de março – O Reino Unido autoriza voos diretos e retira Portugal da "lista vermelha" de países cujos viajantes estão sujeitos a quarentena em hotéis no Reino Unido.
22 de março – Todas as 200.000 pessoas dos lares de idosos e das unidades de cuidados continuados já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19.
25 de março – O Presidente da República decreta a renovação do estado de emergência até 15 de abril, após autorização do parlamento.
26 de março – Portugal ultrapassa o milhão de vacinados com a primeira dose de uma das vacinas contra a covid-19. 500 mil pessoas já levaram uma segunda dose.
31 de março – O parlamento aprova a lei que renova por mais 70 dias o uso obrigatório de máscaras em espaços públicos, que começou a 28 de outubro.
1 de abril – O primeiro-ministro anuncia que os alunos do 2.º e 3.º ciclos retomam dentro de quatro dias as aulas presenciais. Na mesma data os restaurantes, pastelarias e cafés com esplanada podem reabrir, com grupos limitados a quatro pessoas. A proibição da circulação entre concelhos no continente não vai estar em vigor na quinzena após a Páscoa.
6 de abril - O responsável pela estratégia de vacinação na EMA assume a existência de uma "ligação" entre a vacina da AstraZeneca e casos de tromboembolismos. No dia seguinte a EMA admite uma “possível ligação”.
13 de abril – Mais de 1,5 milhões de pessoas já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19 e cerca de 630 mil têm a vacinação completa, diz a DGS.
14 de abril – É renovado o estado de emergência até 30 de abril.
19 de abril – Inicia-se a terceira fase de desconfinamento com a reabertura de mais escolas, lojas, restaurantes e cafés, um levantamento de restrições que não é acompanhado nos 10 concelhos onde a incidência da covid-19 é maior.
20 de abril – A EMA conclui que a vacina Janssen (grupo Johnson & Johnson) tem uma "possível ligação" a casos muito raros de coágulos sanguíneos, mas insiste nos benefícios do fármaco contra a doença.
Em Portugal já foram vacinadas com a primeira dose da vacina contra a covid-19 mais de dois milhões de pessoas. No mundo já morreram mais de três milhões de pessoas.
23 de abril – A EMA defende a administração da segunda dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, mesmo com os riscos associados.
25 de abril – Pelo segundo ano, a sessão solene comemorativa do 25 de Abril no parlamento decorre com restrições, mas ao contrário de 2020 há pessoas a desfilar na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
26 de abril - Portugal não tem registo de mortes relacionadas com covid-19 nas últimas 24 horas, o segundo dia desde março de 2020. Só a 03 de agosto do ano passado se tinha registado um dia sem mortes.
27 de abril – Portugal regista os primeiros seis casos da variante indiana de covid-19, anuncia o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
29 de abril – o primeiro-ministro anuncia que foram decretadas cercas sanitárias nas freguesias de São Teotónio e Almograve, no concelho de Odemira, relacionadas com a situação dos trabalhadores estrangeiros sazonais. A questão, polémica, seria muito mediatizada ao longo do mês de maio.
30 de abril – Termina o estado de emergência, que foi declarado 15 vezes pelo Presidente da República. Durou 173 dias consecutivos e teve 11 renovações (desde 09 de dezembro).
O Governo anuncia que a vacina da Janssen vai ser administrada apenas às pessoas com mais de 50 anos.
Portugal volta a não ter registo de mortes.
1 de maio – Portugal entra em situação de calamidade (até 16 de maio), começando também a última fase de desconfinamento, com a reabertura de fronteiras terrestres com Espanha e uma quase normalidade no comércio e restauração, com exceção de alguns municípios com mais casos.
O 1.º de Maio é comemorado pelas duas centrais sindicais.
7 de maio – Segundo o INSA os indicadores de transmissibilidade do vírus estão em redução há um mês.
O Reino Unido anuncia que vai colocar Portugal na lista verde dos países seguros. Em Genebra a OMS manifesta preocupação com a variante do vírus detetada na Índia.
12 de maio – O Sporting torna-se campeão de futebol. A festa do título, que começa no estádio e se prolonga noite fora, terá potenciado a possibilidade de infeções e a DGS aconselha os participantes (milhares) a reduzirem contactos nos 14 dias seguintes. A polémica sobre a festa envolveria depois a Câmara de Lisboa e o Governo.
14 de maio – O setor do alojamento turístico registou uma queda de 83,5% nos proveitos para 76,6 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, anuncia o INE.
17 de maio - O índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus e a incidência de casos de infeção sobem. O Governo mantém a situação de calamidade.
22 de maio - O coordenador da 'task force' para a vacinação, Gouveia e Melo, diz que no dia 08 de agosto, 70% da população terá pelo menos uma dose da vacina.
23 de maio - Portugal regista 413 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, sendo o segundo dia consecutivo sem qualquer vítima mortal relacionada com o vírus, segundo a DGS. No mundo já morreram cerca de 3,5 milhões de pessoas.
28 de maio – A variante associada à Índia representa quase 5% dos casos de covid-19 em Portugal, estando já em nove distritos e 13 concelhos do país, revela o INSA.
29 de maio – O Porto acolhe a final da Liga dos Campeões, entre Manchester City e Chelsea. Durante a semana adeptos ingleses invadiram o centro da cidade, a maioria sem cumprir as regras de segurança. A oposição critica e o primeiro-ministro admite que “não correu tudo bem”.
2 de junho – Gouveia e Melo anuncia a criação de uma "casa aberta" para que pessoas acima dos 70 anos que ficaram fora do processo possam ser vacinadas sem marcação. Posteriormente a idade irá diminuindo.
O Governo anuncia novas medidas de desconfinamento para 14 de junho, com os recintos desportivos a terem até um terço da lotação ou o fim de limitações em transportes públicos. No verão, os eventos familiares terão limitações de pessoas e os bares e discotecas ficam fechados até final de agosto.
Mais de dois milhões de portugueses têm a vacinação contra a covid-19 completa, anuncia o Governo.
3 de junho – O Governo britânico anuncia que Portugal vai sair da “lista verde” de viagens devido a novas variantes do vírus e aumento de infeções nas últimas semanas. Uma quarentena de 10 dias à chegada ao Reino Unido para quem viajar de Portugal provoca uma debandada de turistas. Num único dia saíram 10 mil de Faro.
Portugal diz não entender a decisão. O INSA diz que em Portugal foram apenas detetados 12 casos da variante indiana, chamada Delta.
É ultrapassada a marca das seis milhões de doses de vacinas administradas, 2,2 milhões segundas doses.
9 de junho - O Parlamento Europeu aprova a adoção do certificado digital covid-19, que permitirá aos cidadãos comunitários já vacinados, recuperados de uma infeção ou testados viajar sem restrições dentro da União Europeia a partir de 01 de julho.
É aprovada a situação de calamidade até 27 de junho (e posteriormente prolongada). Passa a ser obrigatório fazer testes de diagnóstico à covid-19 para se ter acesso a eventos desportivos, culturais e familiares, incluindo casamentos e batizados, anuncia o Governo. O parlamento aprova a renovação da obrigatoriedade do uso de máscara em espaço público por mais 90 dias. A máscara é obrigatória desde 28 de outubro.
16 de junho - Portugal começa a emitir os certificados digitais de vacinação contra a covid-19. Há mais 1.350 novos casos de infeção, o número diário mais elevado desde fevereiro. O índice de transmissibilidade e a incidência de casos de infeção continuam também em aumento, especialmente na Área Metropolitana de Lisboa.
17 de junho - O Governo decide proibir a circulação de e para a AML aos fins de semana e admite travar a próxima fase de desconfinamento previsto devido ao aumento de casos. Há também mais casos de mortes e de pessoas internadas.
25 de junho – Metade da população de Portugal continental já recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 e mais de 30% tem a vacinação completa, anuncia o Ministério da Saúde.
29 de junho - A frequência da variante Delta do novo coronavírus aumentou de forma galopante num mês, passando de 4% em maio para 55,6% em junho, segundo o INSA.
1 de julho – O Governo aplica medidas mais restritivas, como limitação de circulação na via pública a partir das 23:00, em 45 dos 278 concelhos, com risco elevado ou muito elevado de incidência de covid-19.
5 de julho – Dados estatísticos indicam que, na última semana, Portugal é o segundo país da União Europeia com mais novos casos diários de infeção por covid-19 por 100 mil habitantes e o vigésimo no mundo.
6 de julho - A variante Delta do vírus é responsável por perto de 90% dos casos de infeção em Portugal e registou um forte incremento no Norte, na Madeira e nos Açores, indica o INSA. A pandemia já matou no mundo quase quatro milhões de pessoas.
8 de julho - A média diária de casos de infeção com o novo coronavírus subiu 54% na última semana, anuncia a ministra da Presidência, ao adiantar que se continua a verificar um agravamento da pandemia da covid-19. O Governo anuncia também o fim das restrições para entrar e sair da AML nos fins de semana e a exigência de certificado digital ou teste negativo em restaurantes de concelhos com risco mais elevado (refeições no interior).
9 de julho – Foi atingida a meta de 70% da população adulta vacinada contra a covid-19 com pelo menos uma dose.
13 de julho - A variante Delta continua a ser a dominante em todas as regiões do país, sendo já responsável pela totalidade dos casos de infeções em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve, segundo dados oficiais.
15 de julho – O Conselho de Ministros aprova a venda em supermercados de testes rápidos de antigénio para deteção de covid-19.
São atingidas as 10 milhões de vacinas administradas, quatro milhões de vacinações completas.
22 de julho - Cento e dezasseis dos 278 concelhos de Portugal continental (41,7%) estão em risco elevado ou muito elevado de incidência de covid-19, aplicando-se medidas mais restritivas, inclusive dever de recolhimento entre as 23:00 e as 05:00, anunciou o Governo. A situação de calamidade, que vigora desde o fim do estado de emergência, vai continuar até pelo menos 8 de agosto.
26 de julho - A pandemia de covid-19 custou ao Estado 4.188,8 milhões de euros até junho, 384,1 milhões de euros dos quais por redução da receita e 3.804,7 milhões de euros pelo aumento da despesa total, divulgou a Direção-Geral do Orçamento.
27 de julho – Mais de metade da população residente em Portugal tem a vacinação completa contra a covid-19, diz a DGS.
29 de julho - O Governo anuncia o fim da limitação da circulação na via pública aplicada aos concelhos de maior risco de incidência de covid-19. O CM decide que os bares e discotecas vão permanecer encerrados até outubro e que as medidas no âmbito da pandemia vão passar a ter uma dimensão nacional, deixando de existir restrições em função da situação de cada concelho.
Seguindo o plano de desconfinamento, o primeiro-ministro anuncia que o teletrabalho deixa de ser obrigatório a partir de domingo (três dias depois), que os eventos desportivos vão poder contar com adeptos nas bancadas a partir de 01 de agosto, que os espetáculos culturais vão passar a poder ter uma lotação de 66% dos espaços a partir de domingo e que, no mesmo dia, os bares podem abrir, mas sujeitos às regras aplicadas aos restaurantes. A situação de calamidade é prolongada até 31 de agosto.
30 de julho - A DGS recomenda a administração de vacinas contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades. As saudáveis que pretendam vacinar-se necessitam de prescrição médica e a vacinação depende das vacinas disponíveis.
1 de agosto – A DGS esclarece que a vacinação de crianças com idades entre 12 e 15 anos sem doenças tem de ter prescrição médica, não bastando a vontade dos pais, como defendeu o Presidente da República.
3 de agosto – É possível agendar a vacinação contra a covid-19 para pessoas com mais de 16 anos. A modalidade “Casa Aberta” fica disponível para maiores de 30 anos e crianças com doenças como cancro, diabetes ou insuficiência renal crónica também podem ser vacinadas.
A DGS diz que 57% da população já tem a vacinação completa.
4 de agosto - Portugal regista hoje 15 mortes atribuídas à covid-19 e 3.203 novos casos de infeção. No mundo já foram infetadas mais de 200 milhões de pessoas, indica a Universidade Johns Hopkins.
6 de agosto – O Governo anuncia que 70% da população já foi vacinada com pelo menos uma vacina.
10 de agosto - A Direção-Geral da Saúde recomendou a vacinação universal das crianças entre os 12 e os 15 anos, deixando assim de ficar circunscrita a situações específicas, como os casos em que têm doenças de risco. Existem cerca de 400 mil crianças nesta faixa etária e as autoridades estimam que possam ser vacinadas até ao início do ano letivo, em setembro.
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