A visita começará com um desfile pelas ruas de Ahmedabad, principal cidade do estado de Gujarat (oeste), por onde Donald Trump e a sua comitiva irão passar em direção a um estádio de críquete, onde se reunirá com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Este desfile foi anunciado por Trump quase como uma aclamação dos indianos ao Presidente norte-americano, já que garantiu que estarão perto de 10 milhões de pessoas ao longo da estrada para o ovacionar.
Narendra Modi “disse-me que teremos sete milhões de pessoas” ao longo da estrada entre o aeroporto e o estádio, disse na terça-feira, adiantando, na quinta-feira, que a multidão seria composta por “seis a 10 milhões de pessoas”.
Estes números foram recebidos pelos analistas com ceticismo, já que, de acordo com o último censo, em 2011, a cidade de Ahmedabad tinha 5,6 milhões de habitantes.
Além disso, várias autoridades indianas, entre diplomatas até à polícia de Gujarat, estimaram que a multidão nas ruas não passaria as 5 mil pessoas “até por razões de segurança”.
A visita de Trump a Gujarat tem como objetivo participar num evento chamado “Namaste Trump” (“Saudações, Trump”), que será realizado num estádio de críquete.
A viagem até ao estádio conta agora com um muro de cerca de meio quilómetro, construído de propósito para a vista do Presidente norte-americano e que é visto por muitos como uma forma de bloquear a visão de um bairro de lata onde vivem 2 mil pessoas.
Segundo foi noticiado, o muro foi originalmente desenhado para ter cerca de dois metros de altura, mas foi reduzido para 1,2 metros depois de receber críticas fortes de vários quadrantes da sociedade.
Uma responsável do Governo, Bijal Patel, alegou que o muro foi construído “por razões de segurança” e como parte de “uma unidade de embelezamento e limpeza”.
Mas vários líderes políticos criticaram a construção do muro, questionando as opções de desenvolvimento de Modi no seu próprio estado.
Modi foi ministro-chefe de Gujarat durante 12 anos antes de se tornar primeiro-ministro do país, em maio de 2014.
A reunião dos dois líderes deverá suavizar a tensão criada nos últimos tempos pelas disputas comerciais, que aumentaram desde que aumentou as taxas sobre aço e alumínio exportados pela Índia e recebeu como resposta um aumento das taxas aos produtos agrícolas vindos dos Estados Unidos, além de restrições aos dispositivos médicos norte-americanos.
A visita, a primeira que o Presidente norte-americano faz à Índia desde que foi eleito, também permitirá conquistar dezenas de milhares de eleitores índio-americanos antes das eleições presidenciais dos EUA.
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