O sismo sentido na zona de Lisboa às 12h44 não provocou estragos, mas foi sentido por várias pessoas. Pedro Terrinha diz que "este evento geológico aconteceu no Esporão da Estremadura, a 80 quilómetros de Peniche" e que "é normal acontecerem sismos deste tipo ali".

Numa campanha oceânica naquela zona detectou-se um conjunto de pequenas depressões no fundo do mar, reconhecidas como pockmarks, que são estruturas formadas pela libertação rápida e abrupta de fluidos, que migram através da coluna sedimentar e que provocam pequenos sismos.

Em Portugal, a maioria dos sismos tem origem no sul do país por esta ser "uma zona de convergência entre a placa euroasiática e a placa africana" e nos Açores por ser uma "zona de divergência entre a placa norte-americana, euroasiática e placa africana".

A libertação de energia acumulada neste tipo de zonas é, por isso, um "evento regular" que "não nos deve deixar com motivos de preocupação". Confrontado com o facto de Portugal não ter um sismo de elevada magnitude desde 1755, o professor esclarece que "têm sido feitos vários estudos geológicos" e que "um sismo de grande magnitude, como o de 1755, só provavelmente daqui a 100 anos" lembrando que "é necessária uma grande acumulação de energia para este tipo de eventos acontecer".  Além disso, na opinião deste especialista, o nosso país "começa a estar preparado para este tipo de acontecimentos".

Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade IV (escala de Mercalli modificada) na zona de Oeiras. Foi ainda sentido com intensidade III nas zonas de Peniche, Mafra e Lisboa. A escala de Mercalli modificada é usada para determinar a intensidade de um sismo a partir dos seus efeitos sobre as pessoas e as estruturas. A intensidade III representa um sismo sentido dentro de edificios e que tem uma sensação semelhante à passagem de um camião pessado.