Em comunicado divulgado em Bruxelas, a Comissão Europeia acrescenta que participa com 355 milhões de euros do total anunciado pela UE para financiar ações de ajuda humanitária e o desenvolvimento do Sudão e dos países vizinhos.
“Juntamente com o compromisso assumido pelos Estados da UE no valor de 541 milhões de euros, o apoio total da UE ao Sudão prometido na conferência ascende a 896 milhões de euros”, destaca a nota.
“Um ano após o início do conflito no Sudão, a UE organizou hoje, em conjunto com a França e a Alemanha, a Conferência Humanitária Internacional para o Sudão e os países vizinhos. O objetivo da conferência era reforçar o apoio às pessoas afetadas por aquela que se tornou uma das piores crises humanitárias e a maior crise de deslocações do mundo”, salienta a Comissão Europeia.
O financiamento da Comissão Europeia será canalizado através de organizações humanitárias para as pessoas mais vulneráveis que sofrem as consequências do conflito não só no Sudão, mas também para as que procuraram refúgio nos países vizinhos.
“A ajuda da UE proporcionará às comunidades cuidados de saúde e nutricionais, assistência alimentar, água e saneamento, abrigo, proteção e educação para as famílias mais vulneráveis – deslocados internos, famílias de refugiados e comunidades de acolhimento”, detalha-se no comunicado.
No decorrer dos trabalhos da conferência, o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política de Segurança apelou a um cessar-fogo no Sudão e acesso de apoio humanitário à população do país.
Depois da intervenção na conferência, Josep Borrell considerou, nas redes sociais, que a situação é a “pior crise humanitária no mundo”.
Os doadores mundiais comprometeram-se na conferência a doar mais de 2 mil milhões de euros.
Numa declaração final, os diplomatas, os funcionários das Nações Unidas e as agências de ajuda humanitária reunidos na conferência instaram as partes em conflito no Sudão a porem termo às violações dos direitos humanos e a permitirem o acesso da ajuda humanitária.
Foi também pedido, através de uma declaração assinada por 14 países – nomeadamente a Alemanha, a França, os Estados Unidos, a Arábia Saudita, o Djibouti e o Chade, mas também a ONU -, que ”todos os atores estrangeiros” deixem de prestar apoio armado às fações em conflito.
A guerra no Sudão, que começou em 15 de abril de 2023 e já fez pelo menos 14 mil mortos, foi desencadeada pela rebelião do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido contra as Forças Armadas sudanesas, dando início a um conflito que envolveu a capital, Cartum, e outras partes do país.
O conflito conduziu também a uma das piores vagas de deslocações do mundo, com mais de 8,5 milhões de pessoas deslocadas internamente e de refugiados.
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