“A colonização ameaça os esforços atuais para reconstruir a confiança, reanimar a cooperação civil e de segurança entre palestinianos e israelitas e preparar o terreno para uma eventual retomar das negociações diretas e significativas”, advertiu Borrell, em comunicado.

O dirigente da UE assinalou que os planos aprovados por Israel comprometem também “a viabilidade e a contiguidade territorial de um futuro Estado palestino como resultado de una solução de dois Estados negociada, em linha com os parâmetros acordados internacionalmente”.

No seu texto, Borrell insistiu que “os colonatos são ilegais, segundo o Direito Internacional”, e lembrou: “Como se tem dito, a UE não reconhece qualquer alteração das fronteiras anteriores a 1967, incluindo Jerusalém, além dos acordados pelas partes”.

Neste sentido, Borrell pediu a Israel que inverta as suas decisões e pare “a expansão contínua” destas urbanizações, bem como a demolição de estruturas de propriedade palestiniana na Cisjordânia que, denunciou, se intensificaram entre março e agosto de 2020.

Israel aprovou hoje a construção de mais 2.500 habitações em colonatos na Cisjordânia ocupada, das quais cerca de mil de forma definitiva e as restantes de forma parcial.

Estas construções, somadas às aprovadas na quarta-feira, elevaram para 4.948 as novas residências autorizadas nas colónias.

A maior parte das residências aprovadas entre quarta-feira e hoje vai ser construída fora dos grandes blocos de habitações, em terrenos sem contiguidade com Israel.

Cerca de 560 vão ser construídas no colonato de Har Guiló, que bloqueia o acesso à população palestiniana de Al Walaja e dificulta a mobilidade entre a cidade de Belém e as comunidades palestinianas envolventes.

Esta é a primeira série de novas autorizações em vários meses, a primeira desde que o atual ministro de Defesa, Beny Gantz, assumiu o seu posto e desde que Israel aceitou suspender a anexação de partes da Cisjordânia, no quadro da normalização de relações com os Emirados Árabes Unidos.