“Este crime cobarde é um novo ataque contra a liberdade de imprensa, contra os jornalistas que protegem os nossos valores e as nossas democracias”, declarou o presidente do Parlamento Europeu (PE), o italiano Antonio Tajani, numa sessão plenária em Estrasburgo (França).

“O Parlamento Europeu exige uma transparência total sobre a morte de Babchenko, que os culpados sejam punidos, bem como aqueles que patrocinaram este assassínio”, acrescentou Tajani.

A chefe da diplomacia da UE, a também italiana Federica Mogherini, foi outra das vozes comunitárias que falou sobre a morte do jornalista dissidente russo.

Num comunicado, a porta-voz da Alta Representante da UE para a Política Externa e Política de Segurança referiu que Mogherini pediu “um inquérito rápido e transparente para que os responsáveis deste crime sejam levados à justiça”, tendo ainda endereçado “as condolências” da UE à família de Babchenko.

“A UE é solidária para com os jornalistas e continuará a trabalhar para protegê-los, bem como ao seu trabalho, que é vital para todas as democracias, dentro e fora das nossas fronteiras”, assegurou a porta-voz de Federica Mogherini.

O Conselho da Europa também instou hoje a Ucrânia a conduzir uma “investigação exaustiva” para “identificar e punir” os responsáveis pela morte do jornalista russo.

“O Conselho da Europa condena veementemente este ato brutal. Este deve ser investigado em profundidade e os seus responsáveis devem ser levados prontamente à justiça”, disse o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjørn Jagland.

De acordo com a comissária do Conselho da Europa para os Direitos Humanos, Dunja Mijatovic, “as autoridades ucranianas têm a obrigação legal de realizar uma investigação efetiva sobre esse assassínio”.

O jornalista e escritor russo Arkadi Babchenko, um reconhecido crítico das políticas do Presidente russo, Vladimir Putin, foi assassinado com diversos tiros nas costas na terça-feira à noite na capital ucraniana, Kiev.

A polícia ucraniana, que já está a investigar a morte do jornalista, indicou que está a privilegiar uma pista que relaciona o crime à profissão de Arkadi Babchenko.

O jornalista, de 41 anos, deixou a Rússia depois de ter recebido ameaças. Inicialmente, Babchenko foi para Praga, instalando-se posteriormente em Kiev.